Jornalista e escritor Pitter Lucena lembra a trajetória do professor Raimundo Louro, ‘eterno’ diretor do Colégio Acreano

Nos meandros do tempo, quando a nostalgia nos leva a viajar pelas lembranças de nossa juventude, sempre encontramos figuras que moldaram nossos caminhos de maneira indelével. Entre essas lembranças preciosas está o imponente e gentil Professor Raimundo Gomes de Oliveira, carinhosamente conhecido como Professor Raimundo Louro. Sua presença marcante no Colégio Acreano, uma instituição venerada nos anos 80, ecoa até os dias de hoje como um farol de sabedoria e dedicação.
Seus olhos, sempre atentos e gentis, carregavam a sabedoria de quem dedicou sua vida à missão sagrada de educar. No papel de diretor do Colégio Acreano por várias décadas, ele não era apenas um administrador, mas sim um visionário que entendia a educação como o alicerce de sonhos e transformações.
Os desafios eram muitos, especialmente em um cenário onde nem todos podiam arcar com os custos de uniformes e livros. Contudo, o Professor Raimundo Louro não enxergava barreiras financeiras como impedimento ao acesso à educação. Ele se tornou o alicerce dos sonhos daqueles que enfrentavam dificuldades econômicas, oferecendo não apenas conhecimento, mas também acolhimento e apoio emocional.
Em meio às salas de aula impregnadas de aprendizado, uma história de acolhimento e dedicação inabalável ganhava vida. Uma história onde um jovem, cuja família lutava contra as correntes da pobreza, encontrava um aliado inesperado e gentil no Professor Louro. A barreira dos uniformes escolares e dos livros didáticos era transposta com a generosidade desse mestre, que entendia que o potencial de um aluno não podia ser contido por limitações financeiras.
Lembro-me do olhar caloroso e das palavras de incentivo do Professor Louro. Ele não era apenas um educador; era um farol de compaixão em um mar agitado de possibilidades. Sua gentileza e empatia eram como um refúgio seguro para aqueles que precisavam de apoio, transformando-o de diretor a amigo, de mestre a figura paterna. Ele não apenas compartilhou o conhecimento, mas também ofereceu a esperança de um futuro brilhante.
Nas aulas de língua portuguesa e francesa, o professor Raimundo Louro transcendia a mera transmissão de informações. Sua maestria na arte de ensinar era evidente em sua habilidade de tornar a complexidade da linguagem acessível e cativante. Cada palavra falada era uma melodia de entendimento, uma partitura que ressoava nos corações e mentes dos alunos, alimentando sua paixão pelo aprendizado.
Por trás da fachada de seriedade, estava um diretor que compreendia a importância da disciplina. Seu apelido de “linha dura” não era um sinal de crueldade, mas de sua crença no poder da responsabilidade e do respeito. Ele forjou um ambiente onde a rebeldia e o desrespeito eram substituídos por ética e autodisciplina.
E a música. Ah, a música que fluía de suas mãos como um rio de emoção. O Professor Raimundo Louro não era apenas um mestre dos ensinamentos acadêmicos, mas também um exímio pianista que transformava as teclas em histórias musicais que enchiam os corações dos ouvintes com um profundo senso de beleza e significado.
Hoje, ao refletir sobre aqueles anos preciosos, sinto-me imensamente agradecido por ter cruzado o caminho do Professor Raimundo Louro. Ele não apenas ofereceu educação, mas também cultivou valores e virtudes que transcenderam o currículo escolar. Sua influência foi muito além das lições de classe; ele plantou sementes de conhecimento, compaixão e determinação em nossos corações.
Percebo hoje que o Professor Raimundo Louro não apenas nos deu o melhor da educação, mas também nos deu o melhor de si mesmo. Ele compartilhou seu conhecimento, suas melodias e, acima de tudo, seu coração. Em nome de todos os alunos que tiveram o privilégio d…