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Artigo do Valterlúcio Bessa Campelo: “Mostre um homem e eu lhe mostrarei um crime”

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em

Valterlucio Bessa Campelo

Brasília está pegando fogo. Não me refiro a queimadas no cerrado, mas a algumas togas que se aproximaram das chamas que guardam os ritos processuais, conforme denúncia do jornalista Glen Greenwald que, segundo o autor, mostrou por enquanto apenas a ponta do iceberg de 6 gigas de conversas pouco republicanas. Aparentemente, no andar de cima da justiça andaram tomando atalhos para alcançar adversários políticos.

A essência da coisa está na frase-título deste texto, de Laurentti Beria, chefe de polícia soviética de Stálin. A ideia é de que não há ninguém inocente, então basta que se lhe aponte o dedo e um crime ou grave irregularidade será encontrado. Se, mesmo assim, não for possível, “use sua criatividade”. Pelo menos é o que se pode entender dos diálogos revelados pelo jornalista Greenwald. Mas onde fica a clássica presunção de inocência, perguntaria quem cursou Direito. Foi afastada, responderia o togado. Neste caso, a presunção é de culpa, para isso temos os meios de ação. Em outras palavras, perdeu, mané!

O escândalo que está sendo revelado aos poucos e, certamente, vai render manchetes e atualizações diárias, vem da Corte Suprema, onde foram instalados conhecidos adversários de conhecidos políticos. O resultado parece ter sido colocar a justiça à serviço do justiçamento estilo “missão dada é missão cumprida”, além de muita criatividade para garimpar traços de ilegalidades que deem azo a interpretações de juízes dispostos ao serviço.

A perseguição a jornalistas, políticos e meios de comunicação virtual, no caso mais recente a Revista Oeste, a única que sobrou para enfrentar a avalanche esquerdista na imprensa brasileira, é algo que extrapola qualquer ditadura moderna como, aliás, afirmou anteriormente ninguém menos que Elon Musk. “Não há no mundo dito algo que se assemelhe ao que está acontecendo no Brasil” disse ele. Tudo sob uma capa de legalidade. A liberdade de expressão como valor absoluto não existe mais, disse o Ministro Flávio Dino certa vez.

Em gravação divulgada, um juiz auxiliar, se referindo ao Ministro do STF, declara “Ele quer pegar Eduardo Bolsonaro”. Peraí. É assim que funciona a justiça brasileira? Se alguém no poder quer “pegar” alguém, danam-se os ritos, usam a criatividade e pegam o sujeito? Depois de pego, ele estará destruído politicamente e assim a banda toca. Eles querem pegar Eduardo Bolsonaro para satisfazer seu ímpeto político. A esquerda não faz por menos. Lenin e Stálin fizeram escola, de lá para Nicolas Maduro os métodos foram aprimorados, mas guardam a mesma essência – tudo pelo poder. Não por acaso, o PT e seus sabujos já saíram em defesa dos responsáveis por essa pantomima.

Com base no que está sendo revelado, talvez haja consequências e alguns dos responsáveis sejam punidos com a perda de seus cargos e, talvez, algumas decisões sejam anuladas por vício evidente. A questão é: Quem vai tomar a frente e liderar o processo de correção de rumos do judiciário brasileiro alterados, segundo as conversas divulgadas? O Senado? Este Senado? Há dúvidas consistentes de que suas excelências tenham coragem de cumprir sua função, os seus interesses e suas longas caudas guardadas em gavetas supremas os aprisionam, os calam, os anulam. A Câmara dos Deputados? Esta Câmara em que a maioria dos deputados se arriam diante de uma emenda PIX?

Aguardemos o caminhar do andor, a divulgação de todo o material em posse do jornalista Greenwald e seus desdobramentos, o comportamento dos congressistas e esperemos que a grande imprensa saia de sua letargia cúmplice, dando oportunidade a que a sociedade manifeste seu descontentamento em relação ao sistema, que teima em manipular a informação e as decisões judiciais em benefício de uma agenda esquerdista torpe, autoritária e contrária à maioria.

 

Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Percival Puggina e outros sites.  Quem desejar adquirir seu último livro de contos “Pronto, Contei!” pode fazê-lo diretamente com o autor.

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