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Ponte sobre o Rio Madeira pode transformar o Acre em centro logístico e produtivo

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Com informações do Estadão/Imagem: Pedro Devani

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a interligação da região a portos do Pacífico, agora possível com a ponte do Abunã, inaugurada nesta sexta-feira (7), poderá tornar o Estado do Acre em um novo centro logístico e produtivo do país. Esta avaliação é apresentada em nota técnica preliminar publicada pelo Ipea que trata da obra recém-inaugurada. A ponte permitirá a interligação dos portos peruanos do Pacífico e ainda do território da Bolívia à hidrovia do Rio Madeira e aos Estados da região Norte e Centro-Oeste do Brasil.

“As obras de integração poderão possibilitar que os volumes de produção e de comércio do Acre, junto aos dos Estados vizinhos, acumulem ganhos de escala, fator fundamental para tornar viável a rota interoceânica rumo aos mercados regionais da costa do Pacífico das três Américas e da Ásia”, concluiu ainda o estudo do Ipea.

Desde 2010, o Acre é o único Estado brasileiro que tem dois vizinhos fronteiriços entre os cinco principais compradores externos. Juntos, Bolívia e Peru respondem por 25% do total das exportações acreanas.

Outros Estados brasileiros também tendem a ganhar com a interligação e o potencial aumento do fluxo comercial, como no caso de Rondônia que, nos últimos 20 anos, multiplicou em 23 vezes o valor das vendas ao comércio externo e registrou aumento das exportações de US$ 59 milhões para US$ 1,37 bilhão. As vendas rondonienses de carnes refrigeradas aumentaram mais de cinco vezes desde 2015 e alcançaram US$ 121,7 milhões em 2020. O principal destino dessas exportações, hoje, é o Chile com quase 70% do total (US$ 82 milhões), tendo, também, o Peru como mercado emergente, com US$ 6 milhões, sendo que estas exportações cresceram 28 vezes nos últimos cinco anos.

Os pesquisadores também destacam na nota as possibilidades de se promover novas vias de escoamento da produção agrícola da região Centro-Oeste, em especial do Mato Grosso. “Há 25 anos, pouco se questionava a quase exclusividade do transporte rodoviário em direção aos portos de Santos-SP e Paranaguá-PR. Apesar da desconfiança, vem prevalecendo o progressivo poder de atração da infraestrutura logística dos portos do Arco Norte”, avaliam. Em 2020, as exportações mato-grossenses foram escoadas por meio de portos localizados no oceano Atlântico, sendo 66% nas regiões Sul e Sudeste e 33% nos portos do Arco Norte.

ANEXO 1 – Mapa 1 – América do Sul – Portos da bacia Amazônica

O estudo ainda identificou situações em que pode haver ganhos logísticos com a interligação com os portos do Pacífico, como, por exemplo, para a aquisição de fertilizantes pelo Mato Grosso. Quase 90% do produto que o Estado importa do Canadá entra no Brasil pelos portos de Santos-SP e Paranaguá-PR e poderia chegar mais rapidamente pelo Pacífico. Em outro caso parecido, Rondônia importa azeitonas do Peru por aqueles mesmos portos do Sudeste e do Sul.

A PONTE SOBRE O RIO MADEIRA E A INTEGRAÇÃO DA AMACRO AO PACÍFICO

Pela primeira vez, por rodovia, o Acre está ligado a outras capitais do país sem a necessidade de balsa. Esse empreendimento completa a infraestrutura rodoviária entre Rondônia e o Pacífico, um esforço histórico que atravessou várias décadas e diferentes governos.

A ponte sobre o Rio Madeira será responsável por expandir as possibilidades para o comércio exterior e o desenvolvimento dos Estados da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia). Planejada como uma Zona de Desenvolvimento Sustentável, a Amacro envolve 32 municípios do sul do Amazonas, do leste Acre e o norte e oeste de Rondônia. A região nasce com o potencial de integrar-se com os países sul-americanos e com os dinâmicos mercados asiáticos, por meio de rotas bioceânicas e portos do Pacífico.

ANEXO 2 – Mapa 2 – América do Sul – Eixo de Integração – AMACRO e MATOPIBA

A Nota Técnica Preliminar também apresenta a evolução do comércio exterior dos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso nos últimos 20 anos, analisa a dinâmica das exportações e importações de seus principais produtos, avalia as mudanças no ranking de principais parceiros comerciais, os meios de transporte e localização dos registros de entrada e saída dos bens negociados por esses quatro Estados entre 2000 e 2020.

REFERÊNCIAS

BARROS, P. SEVERO, L. W., RiBEIRO SILVA, C. H., CARNEIRO, H. C. A Ponte do Abunã e a Integração da Amacro ao Pacífico. Ipea: 2021. https://bit.ly/3uvZjS5

ACESSE A ÍNTEGRA DA NOTA TÉCNICA PRELIMINAR

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