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Professor bocacreano, exemplo de perseverança na educação, é o mais novo oficial dos Bombeiros do AM

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Quando o então menino, Jefferson Ítalo, saiu de Boca do Acre com a sua mãe, a professora Antônia Silva de Almeida, a Toinha Almeida, ele carregava na bagagem além de suas roupas, o sonho de poder melhorar de vida em um lugar maior, que pudesse lhe proporcionar uma robustez acadêmica muito mais pujante do que a adquirida em solo interiorano. O lugar escolhido talvez por força do destino, foi justamente a cidade de Manaus, a grande metrópole no meio da Selva Amazônica, que já embalou o sonho de tantos outros garotos, que motivados pela sede do saber, se embrenharam selva a dentro e saciaram ou não suas sedes de conhecimento.

Ítalo optou por agregar conhecimento, aproveitou os conselhos acrescentados de oportunidades que sua mãe lhe proporcionou, e os atou no pescoço, como um cordão de ouro de estimação que jamais tirou, com o brilho das grandes oportunidades que o saber lhe agregou, fazendo com que ele pudesse andar por lugares nunca imaginados por ele.

Tanto fez, muito se privou, perdeu a tal da juventude que muitos consideram preciosas, debruçados sobre os livros, lendo, calculando, escrevendo, memorizando, perdendo sono e ganhando conhecimentos, que o fizeram aos 24 anos de idade, na atualidade, ser formado em Engenharia Civil, Licenciado em Matemática, Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior e Segurança Pública, além de ter sido aprovados por 10 vezes em Universidades Públicas, e nos concursos para Oficial do Corpo de Bombeiros, Oficial da Polícia Militar e Soldado da Polícia Militar.

O professor Jefferson Ítalo, o mais novo tenente do Corpo de Bombeiros do Amazonas, contou em entrevista sua trajetória de vida, que será compartilhada para apreciação de todos.

Mediador – Como a educação entrou em sua vida?

Eu nasci em uma família de professores, minha mãe professora, então, ela sempre me disse que nós não teríamos as melhores condições financeiras, mas que a coisa mais preciosa que ela iria deixar pra mim seria os meus estudos, e a oportunidade de estudar. Então, na vida, a única oportunidade que eu tive foi a de estudar, a oportunidade de mudar de vida através do estudo, e assim eu fiz. Eu corri atrás. Gostaria de ressaltar para as pessoas, que a educação muda vidas, porém é um processo demorado. É necessário entender isso, para que as pessoas não desistam dos seus sonhos.

Mediador – Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas no período?

O início é sempre muito difícil. Eu saí de Boca do Acre e vim para Manaus para estudar, ao chegar aqui tive um choque de realidade, tanto nas questões econômicas bem como de adaptação. No meu primeiro ano na capital amazonense, eu já pude ter o entendimento e percepção crucial de que eu deveria correr atrás do prejuízo, até mesmo para conseguir conhecimentos básicos que eu não havia adquirido no meu município, conhecimentos esses que me levariam às aprovações em concurso públicos e vestibulares.

Mediador – Quais foram suas maiores conquistas dentro do meio acadêmico e profissional?

Eu considero às minhas aprovações em vestibulares durante o Ensino Médio, foi um total de 10. Ainda considero também as aprovações recentes em concursos públicos, porque para a gente que veio do interior é uma grande conquista, tendo em vista que sabemos que existem pessoas que nasceram e cresceram aqui e não obtiveram o mesmo êxito. A minhas formações em Engenharia Civil e Matemática, e as pós-graduações em Docência do Ensino Superior e Segurança Pública, tenho muito orgulho disso tudo. No meio profissional, eu trabalho como professor há 09 anos na capital, já trabalhei em mais de 10 instituições como professor, em cursinhos pré-vestibulares, pré-concursos, escolas particulares, várias escolas públicas e universidades. Eu já tive a oportunidade de trabalhar em todos os níveis de educação, do básico ao superior. E, já trabalhei como coordenador em três cursinhos. Então, me orgulho demais de minha carreira na educação, que infelizmente está terminando, a partir do momento que eu ingressar no Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas.

Mediador – Quais pessoas foram importantes e te ajudaram na construção do saber?

Em primeiro lugar minha família, que me deu toda base para que eu pudesse estudar, todo apoio financeiro ali até o final do Ensino Médio. Em segundo lugar os professores, aliás, os ótimos professores que eu tive a honra de ter, tanto no meu Ensino Fundamental como em meu Ensino Médio, que muito contribuíram para o meu conhecimento. E, as instituições que eu tive a oportunidade de estudar, fizeram toda diferença. Chegar em Manaus e estudar dois anos no cursinho Marechal Rondon, me preparando para entrar na Fundação Nokia de Ensino. Então, o apoio familiar e as instituições que lhe proporcionam conhecimento, são importantíssimas nessa construção.

Foto: Arquivo Pessoal

Mediador – Você se considera um fora de série ou tudo que conquistou foi através de seus esforços?

Eu não me considero um fora de série, até porque quando eu cheguei em Manaus, basicamente eu sabia ler e escrever e pouquíssimas operações matemáticas. Tudo que eu conquistei foi através realmente de muito esforço. Muitas horas dedicadas, muitos dias, muitos finais de semanas. A adolescência, juventude, até os meus 16, 17 anos, enquanto a galera está querendo aproveitar a vida, iniciar namoro, essas coisas, eu estava estudando e focado. Então, tudo foi através de muito esforço mesmo. Eu sempre digo que o esforço sempre vai vencer o talento.

Mediador – Ao ingressar nessa nova função, quais são seus projetos para a instituição?

Eu pretendo assumir o meu concurso como Oficial do Corpo de Bombeiros do Amazonas, ingressar na carreira como 2º Tenente. Ao adentrar na instituição pretendo seguir minha carreira até a aposentadoria. O que pretendo levar são os meus conhecimentos e experiências, tanto na área da educação bem como na da construção civil, e a visão de quem morou no interior e na capital por muito tempo. Pretendo levar alguns projetos como a expansão da instituição para os interiores, já que é muito necessário, a gente tem aí Boca do Acre como município que faz parte aí do eixo do arco do desmatamento do Amazonas, e bem sabemos de temporadas de incêndio, acarretando alguns incidentes na cidade, como incêndio em casas, nas fazendas, nas lavouras, e acaba por se exterminar, por não haver um quartel para atender essas emergências e urgências.

Mediador– O que você costuma fazer nas horas vagas?

Como minha rotina aqui na capital é bastante corrida, eu não costumo fazer muitas coisas nas horas vagas, o que faço é aproveitar para descansar, dormir e agora que já passou essa fase de estudos, aproveito para joga uma sinuca com os amigos, um carteado, para passar o tempo.

Mediador – Deixa uma mensagem para os nossos leitores!

Acreditem no potencial de vocês, acreditem no sonho de vocês, e principalmente sonhem, sonhem como vai tá sua vida daqui 10 anos, como é que você quer que sua vida esteja daqui 10 anos, e se 10 anos for pouco tempo, sonhe como é que você queira que sua vida esteja daqui 15 anos, e veja se o caminho que você está seguindo vai poder proporcionar a vida que você está sonhando para esse período. E se o caminho que você está seguindo não for lhe levar aonde você quer chegar, então é hora de traçar uma nova trajetória para que você possa chegar aonde você quer. Isso aconteceu comigo, eu optei pra seguir a carreira de Engenharia Civil e Licenciatura em Matemática, e eu percebi que essas carreiras iriam me proporcionar aquilo que eu queria pra minha vida, em questões financeiras, em questões de realização pessoal, aquisições de bens e afins, e observei ao meu redor ali as carreiras proeminentes que poderiam me levar pra onde eu realmente queria chegar, e com muita inspiração nas pessoas ao meu redor, tendo apoio da galera. Uma grande inspiração para mim é o tenente Bruno Almeida, de Boca do Acre, um primo, um irmão que eu tenho na vida, e observei as carreiras militares e vi que através delas eu iria conseguir o salário que eu almejava, a carreira que eu almejava, a estabilidade que eu almejava, e conseguir através os bens que eu tanto almejo na vida. Deixo esse recado para os demais, que sonhem, corra atrás, com esforço e dedicação vocês conseguirão chegar aonde quiserem. Eu costumo deixar sempre uma frase do MC Racionais, que eu gosto muito: “É necessário sempre acreditar que o sonho é possível, que o céu é o limite, que você é imbatível”. Espero que minha história sirva de inspiração, e se precisarem de apoio, podem me procurar que estarei à disposição. [Assessoria]

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