POLÍTICA
Petecão faz visita ao navio hospital “Doutor Montenegro”, que está ancorado no Rio Juruá, em Rodrigues Alves
Navio fluvial homenageia médico acreano e recebe anualmente emendas do senador para manter atendimento ás populações ribeirinhas
Por Tião Maia, para AcreNews
O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) visitou, nesta manhã de quarta-feira (9), o Navio de Assistência Hospitalar da Marinha “Doutor Montenegro”, que está ancorado no porto da cidade de Rodrigues Alves, no Rio Juruá. “Faço questão de destinar recursos todos os anos para o funcionamento do hospital fluvial para atender as famílias que, muitas vezes, não têm acesso ao sistema público de saúde”, disse o senador, ao visitar as instalações.
O “Dr. Montenegro” faz parte de uma rede de Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) da Marinha do Brasil que têm por missão realizar atendimentos médicos e odontológicos nos “Polos de Saúde”, por meio das Operações de Assistência Hospitalar (ASSHOP) às populações ribeirinhas, a fim de implantar uma mentalidade de saúde e cuidados de higiene, além de manter uma vigilância epidemiológica e combater endemias. As operações assistenciais na região amazônica tiveram início em 1984.
Os Navios prestam atendimento às populações ribeirinhas por ocasião de suas passagens pelas localidades. O atendimento é feito de acordo com a programação estabelecida pelo Comando do 9º Distrito Naval e pelo Comando da Flotilha do Amazonas. A bordo, há uma equipe de saúde que atua nas áreas médica e odontológica, podendo realizar exames laboratoriais de análises clínicas, dermatológicos e radiológicos, além de partos vaginais, pequenas cirurgias, tratamento odontológico e vacinação em larga escala.
O atendimento resulta de uma parceria entre a Marinha do Brasil e o Ministério da Saúde, com a promoção, a cada ano, atendimento aos seguintes “Polos de Saúde”: Amazonas / Tapajós / Trombetas / Nhamundá / Paraná do Ramos; Juruá “A”; Juruá “B”; Juruá “C”- Acre; Madeira; Negro / Branco; Purus “A”; Purus “B”; Purus “C”- Acre; Solimões “A” / Japurá / Aranapú / Auti-Paraná / Paraná do Copeá; Solimões “B” / Iça / Javari; e Xingú / Jarí / Marajó / Tocantins.
O Navio Doutor Montenegro, de acordo com o contrato de cessão de uso assinado entre a Marinha do Brasil e o Governo do Estado do Acre, realiza às ações de assistência à saúde das populações ribeirinhas, da região Amazônica, em especial no Acre, na região do Juruá. A primeira comissão ao Estado do Acre durou quatro meses e foi denominada de Comissão Acre I, na qual o Navio foi até Marechal Thaumaturgo, na fronteira com o Peru. Desde então, esta comissão é realizada nos mesmos moldes, sempre aproveitando o período de cheias do rio Juruá, que vai de novembro até maio.
O Hospital Fluvial Dr. Manoel Braga Montenegro terminou de ser construído em janeiro de 1997, sob encomenda do então Governador do Estado do Acre, Orleir Messias Cameli, no estaleiro Conave, em Manaus, sendo entregue na cidade de Rio Branco. Viajou, então, quatro meses pelo rio Envira, estabelecendo-se na cidade de Feijó. Interior do Acre, por oito meses. Após este período viajou por cinco meses no alto Juruá, estabelecendo-se na cidade de Marechal Thaumaturgo. De novembro de mil novecentos e noventa e oito a janeiro de dois mil ficou sediado em Cruzeiro do Sul.
Após entendimentos entre o Ministério da Saúde, o Governo do Estado do Acre e o Comando da Marinha do Brasil ficou decidido que o Navio seria transferido para Marinha por contrato de cessão de uso a ser celebrado com o Governo do Acre. O nome “Doutor Montenegro” dado ao navio é uma homenagem ao médico acreano Manoel Braga Montenegro, um homem simples, de poucas e boas palavras e sempre disposto ao trabalho. Manoel Braga Montenegro, nascido na cabeceira do Rio Liberdade em 14 de março de 1927, era filho de uma família de imigrantes cearenses. Consta que aos nove anos deixou sua terra natal em busca de uma educação de melhor qualidade, indo para a cidade de Manaus, no Amazonas, onde cursou os estudos até o ginásio. Depois foi para Fortaleza e Recife e em seguida para Belo Horizonte, onde fez o curso de medicina na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, sendo um dos formandos da primeira turma da faculdade no ano de 1956.
Em 20 de outubro de 1957, retornou para Cruzeiro do Sul, onde começou a trabalhar como médico no posto de saúde, que funcionava no local onde hoje é a agência do Banco do Brasil, e também prestava assistência às pessoas contaminadas pela Hanseníase, que viviam isoladas nos rios da região.
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