Estudantes da Escola Rodrigues Leite atuam como produtores e vídeos são exibidos em mostra cinematográfica

A escola é lugar de aprendizagem, de cultura e também de arte! É com essa visão que o professor de artes cênicas, Pedro Costa, da Escola José Rodrigues Leite, situada no centro de Rio Branco, conseguiu “adaptar” o sistema tradicional de ensino e envolver os alunos do primeiro ano do Ensino Médio, dos turnos da manhã e tarde, para atuarem como produtores de conteúdos cinematográficos de suas rotinas, imaginários, sonhos e até de seus “medos”.

Professor de arte, eletiva e projeto de vida, Pedro Costa conta a reportagem do AcreNews como conseguiu engajar entre 280 a 320 alunos das oito turmas do primeiro ano. Ele conta que o desafio não foi fácil, mas com muito diálogo e interação, cada aluno pode contribuir de acordo com seus dons, aptidões e curiosidades.

O resultado de tudo isso foi: jovens roteiristas, cantores, atores e atrizes, cinegrafistas, produtores e editores. Engajados, esses jovens contaram com uma grande equipe técnica formada pelos demais colegas de sala: estudantes das oito turmas.

Os alunos produziram clipes musicais, filmes e documentários de suspense, terror, ação, romance, comédia e muito mais. A produção foi tamanha que resultou numa mostra que vem sendo exibida nas demais turmas da Escola José Rodrigues e tem feito a diferença na rotina dos jovens estudantes que, antes tímidos, deram lugar a tão falada: luz, câmera, ação. Gravando!

E não pensem que tudo isso contou com uma mega estrutura de produção ou compra de equipamentos caros, todos os conteúdos foram gravados e editados pelos celulares. Quase sempre tido como vilão da sala de aula, o aparelho foi usado como ferramenta de aprendizado estimulando jovens a saírem de mero receptores para produtores de conteúdos com uso de seus smartphones.

O professor destaca ainda que todo esforço dos estudantes contou com o apoio irrestrito da diretora da escola, Simone Santos e do coordenador de ensino, Marquês Izitio. “Sabemos que todo esse esforço de nossos gestores da Escola José Rodrigues Leite gerará resultados a longo prazo. Como professores, trabalhamos para que esses jovens se formem e sejam pessoas melhores, sejam cidadãos de bem. Estamos fazendo um trabalho de formiguinha!”.

Pedro Costa, que atua no colégio desde 2017, conta ainda como foi para convencer os jovens a abraçar o projeto. “Resolvi lançar o desafio aos estudantes para que eles pudessem desenvolver projetos de vídeos cinematográficos de curtas-metragens e eles foram muito além. Nesse projeto eles foram desafiados a aprender desde a elaboração do roteiro, a escolha dos gêneros de cinema, gravação das cenas, pré e pós-produção dos vídeos. Tudo isso usando o celular e aplicativos gratuitos, que estão à disposição deles”.

“O resultado foi muito interessando porque os alunos fizeram muitas histórias bacanas baseados no cotidiano deles, no que eles gostam, naquilo que eles fazem. Então tivemos uma produção variada e o gênero ‘terror’ foi um dos mais trabalhados por eles, o que é muito bom porque isso movimentou suas ideias. Além da gente ter se divertido muito, eles aprenderam sobre cinema e como produzir um roteiro, contar uma boa história onde eles identificam um conflito e tentam retratar em forma de arte”.

“Estamos felizes com o resultado dessa mostra e mais ainda em poder, de forma acessível, desenvolver habilidades cognitivas, do campo das ideias, do imaginário. Foi muito bom adentrar nesse universo dos adolescentes e a arte veio justamente para trazer essa junção e ajudá-los a fazer novas descobertas. Arte é para tudo e para todos. Então, foi muito lindo o trabalho dos nossos estudantes que estão de parabéns!”, elogia o educador.

Autor: Júlia Nascimento