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ELEIÇÕES

AcreNews inicia série de entrevistas com os candidatos ao Senado e Ney Amorim é o primeiro: “Me orgulho de ser da Baixada”

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Por Evandro Cordeiro

O candidato a Senador Ney Amorim, do Podemos, é o elemento da undécima hora na disputa mais acirrada das eleições desse ano, onde oito pessoas querem a mesma cadeira. Foi o último chegar. A decisão de disputar o Senado foi circunstancial. O União Brasil deixou a aliança puxada pelo PP de Gladson Cameli, gerando a necessidade de arranjar um candidato ao Senado. Chamado ao trabalho, Ney nem demorou a responder, mesmo estando com sua candidatura a deputado federal pré-organizada. Mais que isso: sua ‘tropa’ animada está na rua faz é tempo, coladinha no governador Gladson.

Abrindo a série de entrevistas com os candidatos ao Senado, conversamos com esse homem incrível, que se orgulha de ser da Baixada da Sobral, sinônimo de periferia em Rio Branco e que tem a marca de bom administrador adquirida enquanto presidiu a Assembleia Legislativa.

Vamos a nossa conversa:

AcreNews – Me conte sua história de vida. Onde nasceu, quando, quem são seu pais e irmãos? Onde foi sua infância?

Ney Amorim – Sou filho do Seu Josué e da Dona Graça, lá da Baixada da Sobral, lugar onde eu nasci, cresci e aprendi que a vida precisa ser partilhada e vivida em comunidade. Isso porque, Evandro, a casa dos meus pais era um grande coração de mãe. Eles nunca deixaram de socorrer quem pudesse precisar de ajuda. Assim que eu e meus irmãos fomos criados. Aprendendo que o mais importante não era o que se tem, mas o que se pode partilhar.

Nascer e viver entre os mais pobres, os mais humildes, é um privilégio, porque a vida te proporciona, nesses casos, criar empatia com o mundo e entender que é preciso lutar para que as pessoas ao seu redor possam viver mais felizes, com dignidade. É isso que agradeço a Deus e vou continuar agradecendo. e independentemente de cargos políticos, independentemente, da ocupação de espaços de Poder, eu quero contribuir de forma efetiva para o sorriso de uma criança; contribuir, de algum modo, para que uma família seja mais feliz, estendendo a mão àqueles que mais precisam.  Assim como meu pai e minha mãe fizeram, e como meus filhos farão, não tenho dúvidas disso.

Sou casado com a Jackeline, tenho quatro filhos O Juninho, o João Vitor, a Vitória e a Maria da Graça.

AcreNews – Como o senhor entrou para a política?

Ney Amorim – Meu amigo… essa história é mais um aprendizado de casa. Meu pai e minha mãe, como eram pessoas da comunidade, muito ativas e muito envolvidas com ações sociais, foram também alguns dos primeiros moradores da Baixada da Sobral e não demorou muito pro meu pai ser levado a disputar cargo público. Me lembro como hoje… 1992. Meu pai disputou a sua primeira eleição para vereador e eu queria ajudar, então preparei, sem falar nada pra ele, sem contar nada, uma reunião chamando todos os meus amigos da comunidade para meu pai. Quando ele chegou eu tinha reunido, olha só, pra lá de umas 200 pessoas. Foi gigante e daí pra frente sempre me envolvi nas campanhas do meu pai que foi duas vezes vereador de Rio Branco. Depois que meu pai deixou a disputa no campo político ele me incentivou a seguir o caminho do serviço público, para poder alcançar espaços que permitissem fazer algo mais concreto pelas pessoas. Sempre digo que saí da Baixada para buscar espaços que me permitissem ajudar ainda mais a minha gente acreana. Fui eleito deputado estadual por três mandatos e tive a alegria em ser o primeiro deputado estadual a superar a marca de dez mil votos e ser o mais votado da história, naquele momento.

AcreNews – Como de uma eleição para a outra o senhor conseguiu dobrar a votação quando era deputado estadual?

Ney Amorim – Evandro, caro amigo, na política o homem público sobrevive com trabalho e resultado. Quando cheguei na Assembleia meu foco era concretizar projetos que podessem mudar a vida das pessoas. Um dos meus primeiros projetos foi o que obrigasse o estado a realizar cirurgias cardíacas em crianças recém-nascidas com síndrome de down, porque eu senti na carne a dificuldade de pais de downs no que se refere a isso. Apenas esse procedimento pode ser a diferença entre viver, ou não, para uma criança down. Mas também quis e fiz muito mais por outras deficiências. Me dediquei a fazer a diferença no mandato. Percorri todo o estado conhecendo as pessoas, suas dificuldades, suas necessidades e buscando meios de ajudá-los. Então quando chegou 2014 eu já tinha alcançado, graças a Deus, um alto grau de aceitação. E vou te dizer um segredo: O que mais as pessoas procuram em um homem público é que ele tenha palavra e honre com o que diz e com o que se compromete. Se fosse pra dizer qual foi a nossa receita poderia ser essa: Compromisso e cumprimento da palavra.

AcreNews – Quando e por qual circunstância surgiu a ideia de disputar o Senado, uma vez que o senhor vem de uma experiência traumática na eleição de 2018, quando disputou num ‘racha’ com Jorge Viana e nenhum ganhou?

Ney Amorim – Muito interessante você me perguntar isso e quero dizer que o homem público não pode ser dominado por pensamentos fracos. Ele precisa ser – e até creio que as pessoas esperam isso dele -, alguém forte e que tenha coragem de enfrentar desafios para produzir os resultados que a população deseja. Veja só, em 2018 enfrentamos um momento difícil, mas nos mantivemos firmes, comprometidos com o que defendíamos e fomos leais ao grupo a que pertencíamos. E falo isso, em nome do nosso grupo político, porque eu não sou um ator único. Eu estou inserido em um contexto de várias pessoas que comungam do nosso espírito público e com eles formamos um movimento de ação política. Agora, nesse ano, eu estava pronto para uma disputa para a Câmara Federal, mas fomos desafiados a algo maior, em nome do bem do Acre. Eu e meus amigos, então, não poderíamos fugir dessa missão. Por isso tenho orgulho de formar chapa majoritária com o Governador Gladson Cameli, que foi um bom gestor em meio aos maiores problemas que o Acre e o Brasil enfrentaram, que foi a pandemia. Eu vi o Gladson dizer para um integrante do governo dele que a única coisa que importava era salvar a vida das pessoas do Acre. Mas além disso ele mostrou que está preparado e merece poder realizar tudo que não pode no seu governo até aqui.

AcreNews – Uma vez na rua com sua candidatura, o senhor conta com quais nichos além da baixada, onde, reconhecidamente é seu território?

Ney Amorim – Tenho muita alegria de ter nascido e crescido na Baixada. Meu pai ainda mora lá na mesma casa e as pessoas conhecem bem o nosso endereço, porque ainda hoje vão lá, em busca de um abraço, de um olhar, de um bom conselho. Mas construímos um patrimônio político que nos permite estar em todos os cantos do Acre. Em 2018, fomos o mais votado, por exemplo, em Santa Rosa do Purus. Claro que é um município pequeno, mas me orgulho de ter trabalhado para melhorar a vida das pessoas de lá e elas reconheceram isso. No Juruá, minhas votações sempre foram crescentes e hoje posso caminhar por todo o Estado. Mas claro, não só a Baixada, mas toda a Capital, linda e querida de Rio Branco é o meu lugar e aqui temos um grande número de apoiadores.

AcreNews– Sua candidatura é majoritária e não exige, mas sugere que o senhor tenha uma bandeira. O agronegócio, as entradas… qual é sua bandeira?

Ney Amorim – Meu amigo eu sei que infraestrutura é um tema que muda a qualidade de vida das pessoas. Todos querem que seu lugar fique casa vez melhor pra viver. E isso, como Senador eu quero ajudar a fazer.

Mas quero terminar o meu mandato reconhecido como o Senador da Inclusão Social, o Senador da Juventude, o Senador da Saúde. Por conta do que já pude fazer, enquanto deputado estadual e pelo que quero oferecer aos acreanos.

Tenho projetos inovadores, como o PEM – Planejamento Estratégico de Mandato. Através desse projeto eu quero compartilhar decisões com as pessoas. Aí você pode me perguntar, como assim?

Veja! Cada Senador tem em suas mãos, todos os anos 20 milhões de reais em emendas individuais para destinar para onde melhor entender. Então, nós vamos inovar. Vamos realizar seminários de planejamento, junto aos municípios, com prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias e a população para decidir onde, ou em quais obras parte desses recursos serão investidos. Quero que cada acreano ajude a decidir onde vamos investir os recursos do nosso mandato, em sua cidade. É o mesmo que dizer, Evandro, que você será Senador comigo pra decidir como vamos investir parte das emendas que vamos destinar para o Acre. Por exemplo: Se fizermos o seminário no Quinari e as pessoas decidirem que temos que fazer uma praça com esses recursos, assim será.

Mas eu também tenho dois projetos que entendo que são mais do que necessários:

O Primeiro é por conta de algo que eu e minha família sentimos no fundo de nossas almas. Minha mãe, Dona Graça, morreu vitimada pelo câncer. E percebemos o quanto precisamos melhorar essa estrutura de atendimento no estado. É desumano o que as pessoas enfrentam. Temos um hospital do Câncer, mas que precisa de uma estrutura capaz de oferecer condições para atender nossa gente.

Por isso quero dedicar meu mandato para que possamos buscar meios de construir um novo Hospital do Câncer em Rio Branco. Uma estrutura muito maior, mais adequada para que os profissionais que atuam nesse local possam ter melhores condições de trabalho e os pacientes melhores condições de atendimento.

Vou destinar parte das minhas emendas pessoais, no primeiro ano de mandato, para que seja possível executar o projeto de construção do novo hospital do câncer e vou ajudar o Governador Gladson a encontrar um terreno onde possamos construí-lo. Será em etapas, mas meu compromisso é levantar e ajudar a construir o caminho para que nossa gente possa ter melhores condições de atendimento.

O segundo projeto (eu disse que tinha mais dois importantes) tem como foco melhorar a vida das famílias que vivem nas áreas de floresta. Meu querido Evandro, chega a ser até ridículo, mas pessoas que vivem sobre a terra mais rica do planeta. Pessoas que moram no lugar mais importante do mundo, vivem em condições de miséria. Por isso que quero levantar essa bandeira. Vou bater na porta do Ministério do Meio Ambiente. Vou bater na porta do Palácio do Planalto. Vou bater no Alvorada. Vou grita com toda a minha força na tribuna do Senado que é dever do mundo ajudar os povos que vivem nas florestas a terem uma vida digna e que se sintam valorizados e reconhecidos, para com isso ajuda-los a preservar nossa floresta.

Vou trabalhar com intensidade para criar um programa de transferência de renda para as famílias que vivem nas áreas de floresta. Dinheiro para a conta das pessoas, um salário mesmo e significativo, para que elas façam esse trabalho de preservar o nosso maior patrimônio.

Vamos dar o título de posse a quem não tem, se lhes for de direito; vamos levar saneamento para eles não poluírem as águas; vamos criar uma renda, um salário digno para essas famílias para que elas possam viver em sua terra preservando e mais ainda, cuidando para que outros não venham roubar a riqueza e sabedoria da nossa floresta.

Esse é um projeto ousado. É talvez uma utopia para muita gente, mas eu creio ser possível e garanto que se for feito de forma séria e organizada, teremos financiamento internacional para isso. Porque o velho mundo que já destruiu quase tudo que tinha, precisa pagar o preço da preservação da nossa floresta. Porque essa preservação não pode ser feita às custas da miséria do nosso povo.

Estes seriam alguns pontos que destaco, entre outros que estamos propondo.

AcreNews – Como é sua ligação com o governador Gladson Cameli?

Ney Amorim – Eu conheço Gladson há pelo menos 12 anos. Fomos candidatos juntos pelo mesmo grupo político. Ele a deputado Federal e eu a estadual. Depois ele buscou um caminho diferente e foi eleito senador e agora nos encontramos no mesmo grupo político e temos uma relação de entendimento e confiança.

Pude colaborar no início do seu mandato, quando, ainda como presidente da ALEAC, ajudei a aprovar a sua reforma administrativa que criou os caminhos para que ele pudesse preparar a sua gestão. Inclusive ele tem dito isso, como forma de reconhecimento, e inclusive afirma que essas medidas aprovadas lá atrás trouxeram equilíbrio fiscal e econômica para o caixa do Estado que assim pode enfrentar a pandemia.

AcreNews – Que avaliação o senhor faz da gestão Cameli?

Ney Amorim – Meu caro Evandro, essa é uma pergunta muito interessante e pertinente, agradeço por ela. Veja bem, temos que avaliar um governo pelo que ele produziu, certo? É importante medir os resultados alcançados. Mas quero te perguntar, o quanto é tangível a vida humana? Qual o valor, em termos quantitativos, que tem salvar uma vida? Se for a sua, acredito que irá me dizer que é incalculável. Então eu quero dizer que qualquer avaliação de medida da gestão do governador Gladson Cameli precisa que alguém calcule o valor das vidas que foram salvas com a ação forte e decisiva do governador na condução da pandemia. Eu não tenho como calcular isso e não vejo como se poderia avaliar.

Mas quero dizer que ainda temos várias ações e projetos que estão acontecendo agora e que mostram a potencial capacidade de gestão do Governador Gladson. E eu quero ser Senador para ajudar o Gladson. Porque ele precisa de um Senador que tenha lealdade a ele e ao projeto que estamos construindo. Serei o senador que vai ajudar o Gladson a executar as principais obras e ações que vão mudar nosso estado de verdade.

AcreNews – Qual estratégia seu comando de campanha vai utilizar para lhe levar além da Baixada?

Ney Amorim – Falar com as pessoas. Mostrar pra elas o que já produzimos. Conversar com a nossa juventude e dizer a eles que eu quero criar meios de que mais pessoas possam ter acesso a formação. Sabe Evandro, quando eu era presidente da ALEAC eu e minha equipe de servidores – que são pessoas comprometidas com o nosso estado -, criamos o Pré-Enem. Um curso preparatório para quem iria participar do Enem. Olha forma mais de 500 jovens e alguns passaram nas primeiras posições da UFAC e já estão concluindo seus cursos. Fiquei muito feliz com isso porque uma política pública que ajudamos a realizar mudou a vida de pessoas que não poderiam alcançar, talvez, todos os resultados que conquistaram. Isso é importante, não?

Mas vamos propor novos projetos, como os que já falei aqui e outros que podem fazer a diferença na vida das pessoas. É uma missão, mas pode ser realizada. Ninguém vence uma guerra sozinho. Quero lutar o bom combate por cada um e cada uma. E se Deus e o povo do Acre assim desejarem, vou dedicar oito anos da minha vida para fazer o meu melhor.

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