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SAÚDE

Fundação Hospitalar realiza mais um transplante de fígado e família do receptor comemora

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“Meu sentimento é de gratidão e felicidade pelo nosso pai estar recebendo o fígado; hoje é o dia mais feliz da minha vida. Em tão pouco tempo de espera, meu pai foi abençoado. Foram muitas orações, a família esteve unida; só a gente sabe o que passamos. Esse é o maior sentimento que já senti na minha vida.”

Filhas de receptor comemoram nova vida do pai com a realização de mais um transplante de fígado na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Este é o relato de Alynne Moura, filha do receptor Antônio Mota de Moura, 60 anos, procedente do município de Tarauacá e residente em Rio Branco há mais de 30 anos. Ele realizou seu procedimento de transplante de fígado nesta quarta-feira, 28, por ser portador de cirrose hepática decorrente do vírus da hepatite C, com quadro agravado por encefalopatia hepática incapacitante. Estava na fila de espera por um transplante de fígado desde 2023.

“Equipe é ótima, agradeço a cada um, ao governo e a Fundhacre”, comenta o receptor Antônio Mota de Moura. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“Sofri um pouco; não podia comer quase nada. Hoje estou animado; foi rápido. A equipe é ótima; agradeço a cada um, ao governo e à Fundhacre”, comenta o receptor Antônio.

Força Aérea Brasileira (FAB), garantiu o transplante do fígado. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Toda a logística teve início por volta das 16h da tarde da terça-feira, 27, quando um doador de Cacoal (RO) foi notificado pela Central Estadual de Transplantes. A equipe de captação deslocou-se de São Paulo para o estado de Rondônia, onde foi realizada a cirurgia de retirada dos órgãos. Com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), que garantiu o transplante do fígado e da equipe até o Acre em tempo hábil para a realização do transplante.

“Nosso compromisso é com a vida”, diz Duciana Araujo, diretora executiva da Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“É uma alegria imensurável para nós, como hospital público da região Norte, poder estar vivendo cada experiência que nós temos a oportunidade para fazer um transplante. É uma logística grande; gratidão a todos os envolvidos. Sem o apoio do nosso governador Gladson Cameli, isso não era possível. Nosso compromisso é com a vida”, disse Duciana Araujo, diretora executiva da Fundhacre.

Equipe multiprofissional realizando o preparo no receptor para receber o transplante. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

O preparo do receptor para receber o transplante teve início por volta das 9h da manhã da quarta-feira, 28. “Foi um procedimento complexo, mas bem-sucedido. Teve fim por volta das 18h, com duração total de 9 horas de cirurgia. O receptor segue estável, encaminhado à UTI da Fundhacre para os cuidados imediatos pós-transplante”, salienta a coordenadora de transplante hepático, Valéria Monteiro.

O receptor segue estável, encaminhado a UTI da Fundhacre para os cuidados. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“O meu pai sempre foi muito ativo e trabalhador. Quando recebemos a notícia de que ele ia precisar do transplante, tivemos todo um cuidado. Ele passou por etapas difíceis; todos nós ajudamos o pai, cada filho com a sua função. E hoje saber que vai poder retomar sua vida ao normal, retomar suas atividades é um sentimento maravilhoso”, comenta uma das filhas do receptor, Guslainy Moura.

Guslainy Moura e Alynne Moura, filhas do receptor, durante abraço de gratidão e felicidade com a chegada do órgão. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Doação de órgãos

No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes só serão doadores com autorização judicial.

O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

A lista única de quem aguarda por um transplante é controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“É algo que precisa ser muito trabalhado, as pessoas precisam se conscientizar do valor que tem a doação de um órgão e ao chegar o momento em que perde um familiar ele pode viver em outra pessoa, isso é uma prova de amor ao próximo. A gente não sabe do que está por trás de quem está aguardando por um transplante, são momentos difíceis e de lágrimas”, reforça Guslainy Moura, filha do receptor.

Esse é o terceiro procedimento do ano, ao todo somam-se 83 transplantes de fígado na Fundhacre desde o início do programa, em 2014. O Acre continua sendo o único estado da Região Norte que realiza o serviço de transplante hepático.

Entenda a logística

Para viabilizar o processo de captação e transplantes, é necessária a integração e o envolvimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) vinculada à Central Estadual de Transplantes, com a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que viabiliza a distribuição e logística para a chegada do órgão.

Quando o órgão é de outro estado, a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza o transporte. Já a equipe da Fundhacre disponibiliza toda estrutura, assistência técnica, logística para equipe de transplantes e receptores dos órgãos, além de contar com um grupo cirúrgico com excelência em procedimentos desse porte.

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