União Brasil estreia no horário eleitoral no rádio e na TV dizendo que vai ter candidato próprio à presidência da República

E como fica Márcio Bittar, que preside o partido no Estado e que apóia Bolsonaro? Numa sinuca de bico? Ele diz que não

Por Tião Maia, para AcreNews

O Partido político que resultou da fusão dos antigos PSL e DEM, o “União Brasil”, faz, nesta quinta-feira (10), sua estreia em programas de rádio e TV no horário destinado à propaganda eleitoral sob responsabilidade dos partidos políticos e administrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No programa que irá ao ar nesta noite, num filme de 30 segundos, as principais lideranças deveram anunciar que a nova agremiação terá candidato próprio à Presidência da República, embora ainda não diga o nome de quem o será.

O que seria apenas mais uma propaganda de um dos mais de 30 partidos políticos em atividades no Brasil, o anúncio do União Brasil, em nível de Acre, poderia trazer uma enorme dor de cabeça para os dirigentes locais do partido, como é o caso do senador Márcio Bittar, presidente regional da sigla. Afinal, se ele é o presidente do União Brasil, que anuncia que terá candidato a presidente e que não será Jair Bolsonaro, como fica a situação do senador que é aliado declarado do presidente, que deve disputar a reeleição pelo PL?

Em declarações exclusivas ao AcreNews, Márcio Bittar, que embarcou para Cruzeiro do Sul nesta manhã, diz que a questão é muito simples para ele. Ou seja, ainda que o União Brasil tenha um candidato próprio a presidente, ele e seu grupo político continuarão a apoiar a candidatura de Bolsonaro. “A possibilidade de eu não apoiar o presidente é zero, mesmo presidindo o União Brasil”, disse o senador, que não enxerga qualquer contradição nisso.

“Quando me convidaram para assumir a presidência do União Brasil no Estado, na unificação do PSL e do DEM, todos já sabiam que eu era aliado do presidente Jair Bolsonaro, de quem sou vice-líder no Senado, e aliado de primeira hora do governo federal. Todos já sabiam disso”, disse Bittar. “Se o União Brasil tiver candidato a presidente, eu vou continuar apoiando aqui a reeleição do Gladson Cameli e de Bolsonaro, sem problema nenhum”, acrescentou.

Márcio Bittar disse ainda que a prioridade dos dirigentes do União Brasil em Brasília é a eleição de deputados federais, cuja chapa, no Acre, segundo ele, já está praticamente pronta. O projeto do União Brasil do Acre é enviar para Brasília pelo menos dois deputados federais. “Este é o meu compromisso”, afirmou Bittar.

O senador, no entanto, não ver, como disse, candidatos com capilaridade eleitoral para sustentar ruma possível terceira via na corrida presidencial, mesmo se o União Brasil lançar candidato próprio. “Eu cheguei a pensar que o Moro, pelo União Brasil, pela história recente dele, pudesse ser esta terceira via. Mas agora vejo que ele não consegue e que a corrida presidencial já está polarizada”, afirmou Bittar. “A novidade seria a filiação do governador do Rio Grande do Sul ao PSD do meu amigo Sérgio Petecão para concorrer à presidência. Mas, inclusive em relação a ele, não vejo possibilidade de crescimento porque ele já começa de forma muito ruim, deixando o PSDB só porque não aceitou a derrota para o governador João Dória, de São Paulo, nas prévias da qual participou e legitimou. De forma que ele começa de maneira muito ruim e isso não o ajudará, eu imagino”, disse.