“Confio na Justiça”, diz Gladson enquanto assinava ordem de serviços para várias obras, ao comentar novo adiamento no STJ

“Confio na Justiça.” Com essa frase logo na abertura de sua fala, o governador Gladson Cameli comentou, nesta quarta-feira (19), durante a cerimônia de assinatura de ordens de serviço de novas obras em Rio Branco, o novo adiamento do julgamento dos desdobramentos da Operação Ptolomeu no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A análise, antes prevista para 19 de novembro, foi suspensa após decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes, e remarcada para 5 de dezembro.
O adiamento ocorre após sucessivas reavaliações jurídicas determinadas por Mendes, que apontou possível extrapolação de competências em fases anteriores da investigação, especialmente no trecho que envolvia autoridade com foro privilegiado. Com a decisão, parte dos autos retornou para reexame, alterando o cronograma inicialmente estabelecido pelo STJ.
A Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal entre 2021 e 2023, investiga supostos desvios de recursos públicos e irregularidades em contratos do governo. A Procuradoria-Geral da República já apresentou relatórios e manifestações que embasaram pedidos de aprofundamento das apurações. A defesa do governador, por sua vez, aponta inconsistências, questiona diligências realizadas e sustenta que não há provas que justifiquem acusações formais.

Durante a coletiva, Gladson reiterou que a decisão confirma aquilo que tem repetido desde o início das investigações. “Isso mostra o que desde o começo venho dizendo. Eu confio na Justiça. Ela está aí para prevalecer sempre. E minha inocência vai aparecer, mais cedo ou mais tarde”, afirmou.
Ele também destacou estar “absolutamente tranquilo” diante das novas movimentações processuais. “Se há uma pessoa que está tranquila, sou eu. Confio na Justiça, confio na minha defesa”, disse ao encerrar a entrevista.
Mesmo com o cenário judicial em aberto, Cameli mantém agenda de anúncios e entregas de obras, estratégia que auxilia na sustentação de sua imagem administrativa. A definição do caso no dia 5 de dezembro deve estabelecer os próximos capítulos de um processo que acompanha sua gestão desde os primeiros desdobramentos da Ptolomeu.