Grupo de sócios cobra prestação de contas da gestão Elison Azevedo no Galo Carijó

Na Marca da Cal

Preocupado com o futuro administrativo/financeiro do Atlético Acreano, um grupo de sócios há algum tempo procurou a banca de advogados do jurista Valadares Neto buscando que o mesmo viesse a orientar o grupo no sentido de cobrar a transparência das contas da atual gestão do clube.

Em conversa na manhã desta sexta-feira (14) com o blog do Chico Pontes, o advogado Valadares Neto deixou claro que existem alguns fatos que é preciso serem levados ao torcedor para que a atual gestão venha esclarecer os questionamentos dos sócios à sociedade. Entre os principais questionamentos à gestão atleticana estão indícios da não prestação de contas e também de como as receitas estão sendo empregadas em prol do clube.

Valadares Neto explicou ainda que houve algumas tentativas no sentido da atual gestão do presidente Elison Azevedo viesse a apresentar sua prestação de contas aos associados para que esta fosse ser analisada pelos grupo de sócios. “Foram encaminhados requerimentos e alguns contatos telefônicos foram mantidos para que o mesmo viesse a se pronunciar sobre os questionamentos e, posteriormente, apresentar a sua prestação de contas, mas nenhuma resposta concreta foi apresentada ao grupo de sócios”, pontuou o advogado.

Como não houve resposta, o grupo de sócios, formado por Francisco Sebastião Pinheiro da Silva, José Eduardo Oliveira de Almeida, Ilson da Silva Matias, Manoel Devaldo Borges de Araújo e Marcos Marcelo Avelino de Menezes, resolveu buscar os meios judiciais para que a prestação de contas seja realizada e apresentada aos sócios conforme manda a legislação. Um pedido já foi ajuizado e a petição protocolada pede as prestações de contas – e suas aprovações ou reprovações – do clube Atlético Acreano dos exercícios 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e dos meses de janeiro a junho de 2022; demonstrativo da receita auferida pelo clube Atlético Acreano com a venda do jogador “Careca” e a destinação dos recursos da referida transação; relação patrimonial (bens móveis e imóveis) do clube, informando os valores aferidos com a locação de lojas, com a sede do clube e outros bens pertencentes a agremiação; extratos bancários de contas de titularidade do clube Atlético Acreano nos exercícios de 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e dos meses de janeiro a junho de 2022 e certidões negativas de débitos de FGTS e INSS e de pagamentos de tributos federais, estaduais e municipais; certidão negativa da agremiação junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e junto à Federação de Futebol do Acre (FFAC); demonstrativos financeiros do clube durante os exercícios de 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e dos meses de janeiro a junho de 2022;  atas de apreciação e de aprovação de balanços anuais do clube, bem como relatórios anuais da diretoria e os pareceres dos Conselhos Fiscal e Deliberativo das prestações de contas dos exercícios 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e dos meses de janeiro a junho de 2022.

Audiência de conciliação marcada

Uma audiência de conciliação está agendada para o dia 5 de dezembro de 2022. O advogado Valadares Neto disse que torce para que o bom senso impere e que os documentos exigidos sejam apresentados aos sócios e, posteriormente, para a sociedade e que ele próprio está na torcida para que o clube esteja em dia com a sua prestação de contas e demais pagamentos de tributos e também sem dívidas trabalhistas. No entanto, ele explica que, em caso de ilegalidade/irregularidade na prestação de contas entre outros da agremiação, providências serão tomadas, tanto no âmbito estatutário, civil, administrativo, como também, levada ao Ministério Público, mas que essa decisão só será viabilizada com a anuência do grupo de sócios o qual o seu escritório representa.

Elison Azevedo diz que foi pego de surpresa

Em entrevista ao programa o “Grande Lance Esportivo”, da Rádio Difusora Acreana, o presidente do Atlético Acreano, desportista Elison Azevedo, se diz surpreso com o pedido judicial de prestação de contas solicitado pelo grupo de sócios. O dirigente disse que jamais foi procurado para tratar do assunto e aguarda ser notificado pela justiça para buscar conhecimento e compreender o que está acontecendo.

O dirigente disse que tem a consciência limpa e irar mostrar durante a sua prestação de conta tudo o que foi gasto para a funcionalidade do clube. O presidente também criticou o grupo de sócios que adentrou com a ação, alegando que durante sua gestão nenhum deles colocou um real no clube.

A respeito de débitos pendentes, ele comentou que existe pendências de IPTU (não somente de sua gestão) e também não escondeu a existência de algumas ações trabalhistas, mas que muitas delas estão sendo negociadas e pagas.