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Ao longo de seus 60 anos, a Assembleia Legislativa do Acre ajudou a consolidar a democracia, mas teve seus momentos tupiniquins, com a apreciação de projetos inusitados, alguns bem prosaicos

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Jorge Natal, especial para o AcreNews

O colunista Sérgio Porto, eternizado sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, afirmava que existia no Brasil um certo Festival de Besteiras que Assola o país. Ou, simplesmente, Febeapá. A Assembleia Legislativa do Estado Acre (Aleac), nesses seus 60 anos de criação, também deu a sua contribuição. Basicamente, dois são motivos que fazem esse fenômeno acontecer: primeiro, porque a maioria dos parlamentares é incauta. O outro é porque, por serem fisiologistas e não exercerem mandatos consequentes, acabam apresentando projetos para “jogar para a plateia” ou para justificar a sua permanência no parlamento. Faltando uma semana para as eleições, o AcreNews faz um remember de algumas dessas pérolas, talvez um alerta para quem vai votar de olho fechado.

Vejamos alguns desses inusitados projetos:

Liberação da Maconha (Romildo Magalhães)

Ele propunha a liberação pura e simples da maconha nos idos dos anos oitenta. José Afonso Cândido da Silva, o Marrosa, o maior traficante do estado na época, que morava e atuava no morro que ficou conhecido com o seu nome, soltou fogos ao saber da ideia. O projeto também ficou conhecido pelo nome do traficante.

Projeto Rabo Preso (Chico Sombra)

Tão ignorante quanto o ex-governador, o ex-parlamentar apresentou um projeto que visava impedir gays e lésbicas de assumirem cargos ou funções públicas. Detalhe: essa proposta foi elaborada nos anos noventa, logo após a promulgação da Constituição Federal. Homofóbica, a proposição foi rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Cachaça na Cesta Básica (Isnard Leite)

Por causa do isolamento (à época a BR-364, no trecho Porto Velho-Rio Branco, não era asfaltada) e a quase total falta de lazer dos acreanos, o então deputado apresentou um projeto para que a Secretaria de Fazenda isentasse o ICMS dos comerciantes de bebidas destiladas, notadamente os vendedores de cachaça. A intenção era reduzir o seu preço e incluí-la na cesta básica. Muitos dos pares de Isnard diziam que ele estava legislando em causa própria, posto que o deputado era um exímio apreciador da “branquinha”.

Projeto Mangangá (Ariosto Migueis)

A conceituada Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa), depois intensas e longas pesquisas, descobriu que o principal fator de extinção das castanheiras, em campos de pastagens era porque um escaravelho, também conhecido por besouro rola-bosta ou mangangá, não podia subir na copa das castanheiras e assim poder polinizá-las. Não existiam árvores de pequeno porte ao redor das ”gigantes”. Era um projeto de reflorestamento de florestas secundárias, em uma época em que desmatar era a palavra de ordem. O projeto, mesmo consequente, nunca saiu do papel.

Projeto TPM (Naluh Gouveia)

A tresloucada ex-deputada, querendo fazer média com o eleitorado feminino, apresentou um projeto para que toda servidora pública estadual, naqueles fatídicos dias que antecedem a menstruação, fosse liberada do trabalho. Percebendo a atipicidade e real possibilidade de a proposta nunca ser aprovada, o jornalista Luiz Carlos Moreira Jorge, o Crica, foi logo batizando o projeto de TPM.

Projeto Leque-Leque (Moises Diniz)

Diante do calor infernal amazônico, o então deputado comunista Moisés Diniz não contou conversa e resolveu tirar uma casquinha do suor alheio, propondo a criação do Bolsa Ar-condicionado. O programa consistiria na distribuição de ares-condicionados e o respectivo abatimento no talão da luz. Para instalar os aparelhos em casas de madeiras ou palha, o governo teria que financiar o revestimento das paredes ou tapar as brechas entre as tábuas. O primeiro a esfriar a ideia do parlamentar governista foi o então secretário de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro. Esse não é o único projeto inusitado de Moisés. Em 2003, o deputado defendia a criação do imposto Jesus Cristo, um confisco mensal de 10% dos salários do funcionalismo público para formar um fundo de apoio às pessoas carentes.

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