O frigorífico de Mâncio Lima, coordenado pela Cooperativa dos Pecuaristas do Vale do Juruá, segue paralisado desde setembro do ano passado após interdição determinada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). A medida foi motivada por uma ação civil pública da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Meio Ambiente da Bacia Hidrográfica do Juruá, que apontou uma série de irregularidades sanitárias e ambientais na estrutura de abate.
Entre os problemas detectados pelo MPAC estavam condições precárias de higiene, presença de cães nas áreas internas e externas, vazamentos de sangue e resíduos, e contaminação de cursos d’água. Desde a interdição, a cooperativa realizou diversas adequações exigidas pelas autoridades, incluindo reformas estruturais e melhorias sanitárias. Agora, os produtores aguardam o parecer do Ministério Público, previsto para ser emitido a partir de 10 de fevereiro, para que o frigorífico marque uma data para voltar a operar.
Em entrevista ao programa Juruá Agro, no último domingo (12), a vereadora Alana Souza destacou o impacto econômico da paralisação do frigorífico. Segundo ela, o município tem perdido cerca de um milhão de reais devido à necessidade de transferir o abate para outras cidades ou recorrer a práticas informais.
“Hoje, os animais que poderiam ser abatidos aqui estão sendo levados para fora ou até mesmo de forma indevida, o que gera prejuízos diretos aos pequenos produtores, os mais afetados por essa situação. Isso impacta a economia local, deixando de circular recursos importantes entre o produtor e o açougueiro”, afirmou Alana.
Alana explica ao jornalista José Halif motivos para interdição do frigorífico/ Foto; Reprodução TV Juruá
A vereadora também explicou que, apesar da interdição, a cooperativa tem cobrado uma taxa de R$ 200 para sócios e R$ 250 para não sócios pelos serviços já realizados. “Estamos aguardando o parecer do Ministério Público, com base no relatório das reformas feitas, para termos uma definição sobre a retomada das atividades. O frigorífico é essencial para a economia do município e para os nossos produtores”, concluiu.
A expectativa dos pecuaristas e da comunidade é de que o MPAC libere a reabertura em breve, permitindo que o município volte a gerar receita e ofereça melhores condições para os produtores locais.