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ESPORTE

Manoel Façanha, editor de esportes, escreve sobre a curiosa e histórica quarta partida

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Uma das maiores polêmicas da história do futebol acreano diz respeito à quarta partida, válida pelo título do Campeonato Acreano de 1972, mas ocorrida somente em dezembro de 1973, após um grande imbróglio judicial.

Naquela época, a Federação Acreana de Desportos (FAD) era presidida pelo dirigente Carlos Simão e as equipes do Juventus e do Independência eram presididas pelos irmãos Elias e Eugênio Mansour, respectivamente.

Na final do primeiro turno da competição, o Juventus venceu o Internacional por 2 a 0, enquanto no returno, o Independência conquistou o título de forma invicta e sem sofrer gols. Um cenário propicio de adrenalina para as duas torcidas. Os dois primeiros jogos das finais registraram dois empates (2 a 2 e 0 a 0) e bastaria mais um empate para a torcida tricolor soltar o grito de campeão, algo ocorrido, mas no entendimento dos juventinos, não era bem assim, pois o Clube do Povo reivindicava os gols da partida extra do primeiro turno contra o Internacional-AC.

Fatos

Conforme a peça “Futebol Acreano em Revista”, a Federação Acreana de Desportos (FAD), preocupada com o desfecho da competição, teria importado o árbitro paulista Oscar Scolfaro, e marcando a grande final para o dia 13 de janeiro de 1973, mas um acordo entre os dirigentes teria adiado a partida. Uma semana depois, não ocorrendo consenso entre os dirigentes, o presidente Carlos Simão baixou uma portaria proclamando o Independência campeão. Foi um estopim para o início da maior batalha judicial jamais vista por um título do futebol local.

A decisão da FAD, porém, não durou muito, isso pelo fato da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), hoje CBF, baixar uma resolução ordenando uma quarta partida. Chateado com a situação, o presidente Carlos Simão (FAD) pede licença do cargo por 90 dias e deixa o pepino na mão do vice-presidente Adel Derze, esse baixando uma portaria e marcando a quarta e decisiva partida para o dia 03 de maio de 1973. Mas acontece que o Independência não apareceu para o duelo, assim com a FAD declarando o Juventus campeão.

Ocorre que o Independência, através do advogado do clube, Adherbal Maximiano Caetano Corrêa, não satisfeito com a decisão, baixou nota de protesto, onde alegou que a FAD havia desrespeitado o inciso ‘g’ do artigo 18 do estatuto da entidade, isso fundamentado no fato que o Independência havia participado do Torneio Início e, para disputar a quarta partida, seriam necessários 72 horas de intervalo, como preceituava a portaria 13, de 30 de abril de 1973. No entanto, o presidente da mentora Adel Derze, mesmo sendo declarado torcedor do Independência, não aceitou os argumentos dos cartolas tricolores e manteve o título para o Juventus.

Quase seis meses depois, o Conselho Nacional de Desporto-CND, decidiu pela realização de uma quarta partida. O presidente Adel Derze cumpriu com a determinação e marcou o jogo para o dia 2 de dezembro de 1973, no Stadium José de Melo, com arbitragem de José Ribamar Pinheiro de Almeida, assistido por Antonio Soares e Sebastião Pedrosa.

Escalações

O Juventus foi escalado com: Milton; Zé Maria, Mauro, Mustafa e Antônio Maria; Roberto Pitola, Pingo Zaire e Hermínio; Edson Carneiro, Eliézio e Elísio. Já o Independência foi a campo com: José Augusto; Uchoa, Palheta, Jorge e Flávio; Eró, Manoel e Escapulário; Aldemir, Bebé e Tonho.

Como foi a decisão

Com a bola rolando, as equipes empataram por 1 a 1, resultado que provocou uma prorrogação de meia hora. Um novo empate, mas agora sem gols, levou a decisão do título para as cobranças de penalidades, dando, assim, ares de dramaticidade àquela inesquecível partida, onde o Tricolor de Aço, mostrando mais eficiência e sangue frio, derrotou o Clube do Povo por 4 a 3. Eró, Aldemir, Palheta e Escapulário marcaram para o Independência, enquanto, Mauro, Hermínio e Zé Maria fizeram os gols juventinos. Erraram as penalidades os atletas Flávio (Independência) e Mustafa e Antônio Maria (Juventus).

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