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POLÍTICA

Três deputados federais do Acre votam contra a PEC da Anistia e cinco a favor

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Aprovação da emenda é criticada por entidades que atuam na área de transparência, as quais acusam os deputados de anistiarem puniçã à irregularidades

A bancada acreana de oito deputados federais na Câmara voltou a se dividir na votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Anistia, que Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa livrar partidos políticos de punições relacionadas a descumprimento legal em campanhas eleitorais anteriores. Cinco deputados votaram a favor e três, contra.

A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em dois turnos. No prmeiro, foram 344 votos a favor e 89 contrários; Já no segundo turno, foram 338 votos a favor e 83 contra

Uma das principais regras descumpridas e que gerou multas aos partidos foi a regra que estabelece repasses mínimos para candidaturas de pessoas negras. O texto aprovado pelos parlamentares também cria um programa de refinanciamento de dívidas das siglas partidárias e permite a utilização de recursos do Fundo Partidário para pagar multas eleitorais.

Já no segundo turno da votação quase todos os parlamentares mantiveram seus votos da primeira votação. A exceção foi Antônia Lúcia Câmara que, dessa vez, votou a favor da PEC.

Atualmente, a regra sobre os repasses a candidaturas negras não está na Constituição, mas segue um entendimento do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), respaldado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de que os recursos destinados a pessoas pretas e pardas deve ser proporcional ao número total de candidatos neste perfil no pleito. Para entidades, o percentual definido na nova proposta pode representar uma diminuição dos repasses feitos às candidaturas negras.

“Nas eleições de 2022, o número de indivíduos que se autodeclararam negros superou a metade de todas as candidaturas. Portanto, caso a proposta em análise venha a ser promulgada, haveria na prática uma drástica redução do montante que deveria ter sido recebido pelas candidaturas de pessoas negras”, afirma nota, que é assinada por diversas entidades, como a Transparência Eleitoral.

O texto também cria um programa de refinanciamento de dívidas das siglas partidárias e permite a utilização de recursos do Fundo Partidário para pagar multas eleitorais. Também prevê estender o perdão às multas aplicadas contra as siglas em processos de prestação de contas eleitorais — medida que 40 entidades classificam como uma “anistia ampla e irrestrita para todas as irregularidades e condenações de partidos políticos e campanhas eleitorais”.

Pelo texto, o mecanismo valerá para punições decididas há mais de cinco anos, ou para casos em que o partido não tiver quitado a condenação em um período superior a cinco anos. Entidades ligadas à transparência eleitoral e à promoção da igualdade na política avaliam que o texto, na prática, anularia “todos os tipos de sanções aplicadas” às legendas.

“Configurando-se uma anistia ampla e irrestrita para todas as irregularidades e condenações de partidos políticos e campanhas eleitorais”, diz a nota.O texto aprovado pelos deputados cria ainda um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) voltado especificamente para partidos políticos.

O Refis vai permitir refinanciar dívidas tributárias e não tributárias. Também vai ser estendido às fundações e institutos mantidos pelas legendas.

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