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Serviço de auxílio aos portadores de fissuras labiopalatais da Fundhacre tem mais de 600 cadastros

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O Programa de Reabilitação e Assistência aos Fissurados da Face (Praff) é um programa do governo do Estado do Acre que tem seu funcionamento na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco, e atende pacientes portadores de fissuras labiopalatais, mais conhecido como lábio leporino.

A fissura labiopalatina é uma má-formação com incidência em uma a cada 650 crianças nascidas, sendo esta a mais comum dentre as más-formações congênitas craniofaciais. Ela é caracterizada por problemas na formação da face do futuro bebê nas primeiras semanas de gestação, podendo envolver, de maneira isolada ou associada, o lábio, a gengiva e o palato (céu da boca), e trazer implicações estéticas, funcionais e psicossociais.

Fundhacre destaca serviço de assistência aos fissurados da face. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“Dependendo do tipo de fissura, sem o devido tratamento e acompanhamento especializado, o indivíduo pode apresentar dificuldades na alimentação; alterações nos dentes, na mordida e no crescimento craniofacial; distúrbios no desenvolvimento da fala e da audição; além de reflexos na autoestima e inserção social”, comenta a chefe do Praff, Caroline Lucena.

Há 14 anos, o programa funciona na Fundhacre como centro de referência ao atendimento do estado, atendendo também regiões vizinhas. As cirurgias na Fundhacre ocorrem uma vez por semana. Atualmente o programa possui 658 pacientes cadastrados.

Atualmente o programa possui 658 pacientes cadastrados. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Ingrid Victoria Sousa de Souza possui uma fissura transforame esquerda, o que significa que o lábio e a gengiva do lado esquerdo e o céu da boca eram abertos. A família só soube que a criança tinha a fissura labiopalatal congênita no nascimento, o que causou grande choque. Isso é muito comum de ocorrer.

Dessa forma, a mãe de Ingrid, Ivanilde Souza, soube da existência de uma equipe de tratamento na Fundhacre e fez a primeira consulta no ano de 2010 (com 1 mês de vida) e aos 6 meses fez a primeira cirurgia, que foi a queiloplastia, cirurgia do lábio, conforme preconiza o protocolo do serviço.

Paciente Ingrid Victoria Sousa de Souza durante acompanhamento de ortodontia. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Após essa primeira cirurgia, a paciente passou por outros procedimentos sendo: cirurgia de lábio, de palato (céu da boca), e enxerto ósseo alveolar. Ao longo desses anos, Ingrid Souza teve acompanhamento com otorrino, fonoaudiólogo e cirurgião dentista. Hoje encontra-se em tratamento ortodôntico no hospital.

“Quando recebi a notícia fiquei em choque. Fui atrás do tratamento para a minha filha.  Quando liguei na Fundação, fui informada que aqui tinha tratamento. Na época, eu lembro que era uma equipe que vinha de fora, atendia mensalmente para consultas e cirurgias. O tratamento dela foi feito todo no período certo, por pessoas acolhedoras. Quando chego aqui me sinto em casa”, relata Ivanilde Souza, mãe da paciente.

“Quando eu era menor, tinha dificuldade para digerir os alimentos. Senti melhora na fala. Aqui me sinto muito bem, tenho um acolhimento ótimo, a equipe me recebe com carinho”, salienta a paciente Ingrid Souza.

Conheça o serviço

O Praff oferece um atendimento multidisciplinar, de acordo com o que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo consideradas especialidades chave: cirurgia plástica, ortodontia e fonoaudiologia.

O processo de reabilitação é longo e deve observar o crescimento craniofacial do indivíduo para que não haja sequelas, como crescimento ósseo inadequado. A reabilitação compreende etapas terapêuticas de acordo com idade e crescimento, e envolve a atuação de diversas especialidades.

A atual rotina adotada pelo Praff prevê um atendimento inicial realizado por uma equipe de diagnóstico interdisciplinar, composta por profissionais da cirurgia plástica, fonoaudiologia e ortodontia, especialidades consideradas o tripé básico na reabilitação das fissuras.

“Após essa primeira avaliação, são discutidas as condutas terapêuticas iniciais e é realizado o encaminhamento para exames e outros atendimentos, de acordo com a necessidade de cada caso, ou seja, embora haja um protocolo comum de etapas e condutas terapêuticas no tratamento da fissura labiopalatina, cada caso é único e analisado individualmente, pois a evolução do tratamento depende de vários fatores individuais”, explica Carolina Lucena.

O protocolo estabelece as épocas adequadas de cada intervenção, sempre respeitando o crescimento craniofacial e a maturidade fisiológica do paciente. No total, o tratamento leva de 16 a 20 anos para se completar.

Acesso ao serviço

O programa recebe pacientes por meio de demanda espontânea. As consultas podem ser agendadas presencialmente, por ligação (3226-4336 – Ramal 280) ou e-mail (praffhc@yahoo.com.br). Outra forma de acesso são encaminhamentos da regulação do Estado de qualquer profissional de saúde que faça o diagnóstico.

A forma de entrada é bastante simples e desburocratizada, já que atualmente o serviço não conta com lista de espera, o que facilita muito o acesso aos pacientes que necessitam do primeiro atendimento.

“O acesso aberto surge como uma proposta de não postergar o atendimento, reduzindo o tempo de espera do usuário. Dessa forma, os pacientes têm o acesso oportuno conseguindo resolver sua necessidade o mais rápido possível e a continuidade do cuidado com um profissional de referência para contatar em caso de necessidade”, encerrou Carolina Lucena.

Por Juliana Queiroz, Agência de Notícias do Acre

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