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Sono irregular em crianças é associado a alimentação menos saudável
Pesquisadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em Portugal, descobriram que crianças com horários de sono irregulares correm o risco de desenvolver padrões alimentares menos saudáveis. O estudo envolveu 5.286 crianças.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Instituto da Universidade do Porto nesta sexta-feira, 12 de abril, a pesquisa, publicada no Journal of Sleep Research, teve como objetivo avaliar a influência, ao longo dos anos, da duração do sono e dos horários de dormir e acordar na adesão a padrões alimentares menos saudáveis aos sete anos de idade. Liderado pela pesquisadora Sofia Vilela, o estudo utilizou dados da ‘coorte’ Geração XXI do ISPUP.
Aos quatro anos, as crianças foram divididas em dois grupos, baseados nas recomendações da Fundação Nacional do Sono Americana: sono noturno de curta duração (menos de 10 horas) e sono noturno de, pelo menos, 10 horas. Os pesquisadores também criaram quatro categorias relacionadas aos horários de dormir e acordar.
O estudo conclui que, independentemente da duração do sono, crianças que aos quatro anos iam dormir tarde (após as 21h45) e acordavam tarde (após as oito horas) tinham maior propensão a seguir uma alimentação rica em alimentos de alta densidade energética aos sete anos. Esse efeito foi mais pronunciado nos meninos, onde uma duração curta de sono aos quatro anos também foi associada a uma alimentação de pior qualidade aos sete.
Segundo a pesquisa, horários mais tardios de dormir e acordar são preditores de uma alimentação menos saudável na infância. Crianças em idade pré-escolar que dormem ou acordam tarde têm uma alimentação menos saudável aos sete anos de idade, sendo o impacto mais negativo nos meninos.
Citada no comunicado, a pesquisadora Sofia Vilela, do Laboratório associado para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Pública, destaca que “os horários de dormir mostraram mais associações consistentes do que a duração do sono em relação a padrões alimentares obesogênicos”. “Os resultados desta investigação destacam que a hora de dormir e acordar são fatores importantes a serem considerados pelos profissionais de saúde, pais e jovens, mais até do que a duração total do sono”, acrescenta.