Mais uma lenda de Cruzeiro do Sul é eternizada pelo multicultural Eré Hidson: Zé Maria Natureza, filósofo e pizzaiolo

Por Eré Hidson

Filho dos agricultores Francisco Pedro Ferreira, Agricultor e Francisca Maria Farias Ferreira, José Maria Farias Ferreira, professor, filósofo, nasceu dia 2 de agosto de 1960, em Cruzeiro do Sul, então Território Federal do Acre.
O nosso homenageado é um pioneiro em muitas frentes, sobretudo no ramo da pizzaria na região do Juruá.
Pai de Lúcio Sênica Farias, autônomo; Voltaire Farias, autônomo; Salomão Farias, artesão; Herbert Farias, comerciante; e Ruthi Farias, enfermeira.

Conhecido por suas múltiplas atividades no empreendedorismo em Cruzeiro do Sul, o nosso homenageado é sempre lembrado, também, por sua marcante passagem na educação, sobretudo na escola Craveiro Costa, onde tem referência de relevantes serviços prestado aquela instituição de ensino.

Nascido nas barrancas do Juruá, onde laborou na agricultura com seus pais, Zé Maria nos conta que saiu de Cruzeiro do Sul pra estudar em Manaus, onde se dedicou a filosofia e teologia, ciências humanas.

Depois retornou para o seminário, mas desistiu de ser padre.

Com o coração cheio de gratidão, não esquece dos esforços do “Padre Trindade”, in memoria, que lhe estendeu as mãos para ter tido essa boa formação, a quem ele denomina de um amigo/irmão.

Tendo sido contemporâneo de Irmão Mariano, da Ordem dos Maristas, no Craveiro Costa, foi substituto do professor José Siqueira Maciel, seu compadre, a quem denomina como um grande homem de Cruzeiro do Sul.

Tendo laboriado na educação, lhe permitiu algumas economias, e vislumbrar novos horizontes no empreendedorismo, cita o exemplo da pizza; na época do prefeito, João Barbosa. Na época, montou a primeira pizzaria, no térreo do Hotel Sandras, e teve como “combaia” o próprio prefeito, João Barbosa. Portanto, o prefeito, João Barbosa, foi o primeiro Cruzeirense a comer pizza em solo Cruzeirense, na época na TAVAJ, numa época que tudo dependia de fora, sobretudo os ingredientes para confecção das massas, que foi um sucesso, mesmo tendo as atividades de diretor e professor, conseguia tempo para conciliar suas atividades.

Também foi pioneiro em locadora de fitas VHS e subsequente, as transformando para DVD.

Tendo sido também, pioneiro nos documentários em Cruzeiro, recebeu o convite do prefeito de Mancio Lima, Luiz Helosman, para uma viagem ao Parque Nacional da Serra do Divisor, mesmo não tendo conseguindo ir, dias depois conseguiu contratar um canoeiro, e fez as primeiras imagens da Serra do Môa, e mundo conheceu, pelas lentes de suas mãos.

Documentário, Serra do Môa, a Musa verde. A Menina dos Olhos do Mundo, que foi um sucesso total, cita ainda o querido, Francisco Gomes(Chico Gatão), jornalista Cruzeirense, que fez a narração.

Lembra ainda, que a convite da então governadora, Yolanda Lima, que soube da produção do documentário sobre a Serra do Môa, participou da expoacre em Rio Branco. “Levei um saco cheio de cópias para aquela edição da feira, voltei com o saco cheio de dinheiro”, foi um verdadeiro sucesso.

Mas, nem tudo foi flores, em suas expedições pela Serra, lembra que em uma das vezes, as autoridades do IBAMA local, queriam prender seus acervos.

De maneira simples e objetiva, respondeu a abordagem do IBAMA, dizendo que entregaria todo o material, se eles também apreendessem o material dos gringos dentro parque, e a vida seguiu.

O nosso homenageado, por tantos serviços prestados à sociedade, nunca recebeu nenhum tipo de homenagem, no entanto, não se sente magoado, se sente feliz em ver nos dias de hoje, enfermeiros, cabeleireiros, policiais militares, professores e tantas outras funções que deram a honra de estudarem com ele, e quando chega um ou outro, agradecendo os ensinamentos, isso é algo gratificante.
Também foi teatrologo, escreveu peças, com o apoio do então prefeito, João Barbosa.

Atualmente, se dedica ao artesanato, e está morando em Fortaleza/Ceará. Mas, sonha em voltar a morar em Cruzeiro do Sul, lugar que ama.