Oriundo do alaúde, por volta do século VII, o violão é tema da coluna do professor Raimundo Ferreira nesta segunda, 20

VIOLÃO

Raimundo Ferreira

Apesar de reverenciado nos encontros de alegrias, descontração e ser o responsável pela união de pessoas, muitas delas que não são nem amigas entre si, mas que a sua volta se harmonizam e congregam momentos de verdadeira magia. Ficamos até embaraçados para encontrar as definições mais exatas e adequadas para descrever e de certo modo definir com precisão esse instrumento popular que, não só figura como sendo o melhor amigo da boêmia, como também o instrumento mais versátil em qualquer ambiente festivo. Os registros históricos dão conta de que ele foi originado do alaúde, por volta do século VII. Na verdade, o seu ancestral, tem uma aparência bastante diferente do descendente que conhecemos na atualidade. Tinha a aparência de uma banda de melancia e um braço mais curto que o pescoço do saudoso general Castelo Branco. Tinha onze cordas – cinco duplas e uma simples -, não tinha cintura e, como diz o ditado popular lá do Norte, é um instrumento muito ‘mal feito de corpo’. Atualmente temos o privilégio de conviver e contar com a companhia e presença de seu famoso descendente, sua majestade, o violão. No entanto, esse instrumento que pode comandar a alegria nas rodadas de amigos e festejos em geral, para ganhar vida e cumprir de fato a sua nobre função, necessita de alguém habilidoso para manusear, de forma a combinar as notas e produzir a sonoridade desejada e em diversos ritmos, que poderá nos encantar – tanto com os solos, quanto pela possibilidade de acompanhar e dar ritmo às cantorias individuais e coletivas. Acreditamos que, se não existisse na atualidade esse descendente do estranho alaúde, os boêmios, seresteiros e menestres amantes das boas canções, não teriam razão para existir. Conforme bem disse Nelson Gonçalves em uma de suas canções: “se não fosse o amigo violão, eu moreria de tristeza e de dor…”