Jornalista Danna Anute escreve sobre “Pílulas da sorte” em um texto ‘delicioso’

Já li que a sorte é inescapável, mas será? A afirmação parece uma completa bobagem, a depender de como se insere o tal fator sorte. Mas e por aí, qual o seu posicionamento? Se você é daqueles que separa o trevo-de-quatro-folhas, talvez não chegue ao final do texto, porque “cá pra nós”, a opinião da maioria sobre a sorte já é definida, e por que não dizer, inabalável. Porém, será que ela existe?

Feliz é aquele que nasceu com o “traseiro virado para a lua”, rs. Mas, para além disso, o “biscoito da sorte” dos desafortunados sempre será o esforço desmedido e a persistência em querer crescer, mudar e ampliar seus conhecimentos, frente às dificuldades da vida.

Então, onde encontramos um bilhete premiado? Será uma questão de tempo, aleatoriedade, probabilidade ou um fluxo de fenômenos sincronizados? Bom, ultimamente não tô apostando nem cara e coroa pra não dar errado. Agora o leitor deve se perguntar: por que falar de algo vago, que não está na categoria científica? Respondo-lhe tentando ser objetiva, porque falar sobre o caos gera um certo conforto e parece dar ordem às coisas.

Bem, para os céticos, os efeitos acidentais da sorte ou não sorte vão além do bloquinho astrológico. E sem abrir a janela da astrologia, vamos para o acaso e a fortuna, dois elementos necessários no artigo, e peço emprestados os conceitos do termo ao Dicionário Michaelis, que traz significações da mitologia e do latim.

Quanto à mitologia, se lê, a fortuna, segundo as crenças dos povos antigos, é uma deusa que presidia os acontecimentos cotidianos da humanidade, o bem e o mal. Quanto ao segundo, se relata, é uma força e supostamente teria o poder de influir no sucesso ou fracasso do ser humano e determinar o destino das pessoas e das coisas a elas relacionadas; acaso.

Sobre tais esclarecimentos… Adepto ou não da famosinha sorte, aposto que você já passou por uma fase em que procurava, em sinais e presságios, qualquer teoria para responder algum anseio, preocupação ou dilemas caóticos.

Então, tome agora um comprimido da sorte e veja os fatos. Nós, humanos, frequentemente ficamos insatisfeitos com os infortúnios e as agruras com que a rotina nos presenteia, e não é para menos, parece que “varreram nosso pé” ou quebraram os espelhos e os deixaram para amontoar muitas superstições.

Enfim, contemos os números que foram publicados pela Caixa Econômica… Em 2015, na Mega-Sena da Virada, mais de 800 pessoas acertaram de 4 a 5 números. Ora, será que ao todo, desde a existência dos jogos, mais de um milhão de pessoas já acertou? Isto é, levando em consideração os jogadores ativos. Parece pouco, se for comparar ao “universo de gente” no Brasil, mais de 214 milhões, conforme dados do IBGE. Mesmo com tudo isso, nada contra a fezinha, inclusive, compartilhe, se ganhar, rs!

É, a sorte parece um labirinto de teias, e no corre-corre da vida, “quem vê o close não vê o corre”. Agora, você já deve ter tirado da memória o dia que você correu atrás do ônibus, as horas que estudou na madrugada e as economias que fez para realizar um objetivo. Para além disso, trago os reflexos da “maldade alheia” e reproduzo uma fala: “fulano tem muita sorte de ter isso e de estar aqui”. Pois é, quem escuta isso pode ver de variadas formas, a começar por quem diz. No final, que cada um  faça sua análise e a conclusão.

Mas, afinal, o leitor já tomou sua “pílula” ou já  encontrou por aí a sorte? Talvez, uma breve perspectiva da sorte esteja relacionada a encontrar pessoas que sejam capazes de fazer nossas pupilas dilatarem, gostar do que fazemos, transformar-se todo dia e por que não dizer, saber quem somos; talvez, seja um fator de sorte.

Danna Anute é graduada em Letras Francês e atualmente é repórter da Secretaria de Estado de Comunicação