“Ilusão e verdade”, escreve o colunista, professor e arquivista Raimundo Ferreira

Se decidirmos iniciar uma discussão alicerçada em conceitos filosóficos e psicológicos, além de sermos obrigados a alongar a descrição por muitas laudas, obrigatoriamente teríamos que concluir apresentando inúmeras dúvidas e indagações, porém, sem nenhuma conclusão e explicação clara a cerca do que realmente consiste estas divagações fantasiosas ou não, que circulam em nossas mentes. Pra início de conversa, no campo da identificação visual, a ilusão seria algo que a gente visualiza, ou melhor, identifica como sendo verdadeiro no nosso ponto de vista, mas que pode está claro somente na nossa visão particular, ou seja, é uma maneira de decodificar dentro de parâmetros de identificação e/ou visão, mas que na realidade trata-se de outra coisa ou objeto, com outro formato e significado, mas que para nós apresenta-se como verdadeiro, por exemplo, identificar o interruptor do abajur como sendo uma batata, a luz de um vaga-lume como sendo um pisca-alerta, ou ainda, confundir uma cobra coral, como sendo um pedaço de corda colorida entre outras, são as famosas ilusões de ótica. Segundo a explicação técnica, a ilusão é a percepção que ocorre quando um estímulo sensorial está presente, mas é incorretamente percebido e mal interpretado. No entanto, estas ilusões que enganam e distorcem a compreensão de objetos e coisas, que são também responsáveis por uma grande quantidade de história inverídicas e que circulam até nas mídias, além delas, existe outra, digamos, categoria de ilusão, que influencia no que poderá acontecer de bom e útil em nossas vidas, e que inclusive se mistura com os sonhos. Há quem afirme que a maioria das pessoas vivem de ilusão e ainda asseguram que as pessoas precisam da ilusão e vão além, afirmando que uma das maiores ilusões é a ideia da verdade, mesmo porque, a verdade pode ser particular, pois, até um grupo de pessoas poderão posicionar-se defendendo uma determinada ideia como sendo verdadeira e todas poderão ter caído no conto do vigário e estarem enganadas, imaginem exemplo. Na verdade, essa discussão sobre os pontos de vista e a busca da verdade, fornece munição para uma discussão mais prolongada que conversa de bêbado para delegado. A essência da verdade realmente não se encontra exposta em lugar comum, nem tão pouco em fórum de debates populares, onde alguém possa se alvorar a senhor da razão e anunciar a plenos pulmões que a verdade verdadeira é a sua versão. De qualquer modo, somos sabedores que as pessoas, independentemente desse debate sobre a verdade e inverdade, nutrem seus sonhos, conservam suas ilusões e esse imbróglio entre ilusão, sonho e esperança, todos são hóspedes permanentes da consciência das pessoas, ou seja, necessitamos conservar os sonhos e manter a ilusão de que o amanhã poderá ser diferente e melhor para a saúde, para as finanças, para harmonia das relações, em fim em todos os sentidos.