Artigo do professor Raimundo Ferreira: ” Um sol pra cada um”

UM SOL PRA CADA UM
Para imprecionar podemos mostrar o termômetro marcando 43 graus, caixas d’água de plástico encrequilhando, ovos sendo fritos no asfalto, urubus embaixo do banco da praça para amenizar o calor, passarinho voando com uma asa e se abanando com outra, vento do ventilador igual ao calor do vulcão e nós torcendo para acabar dia, não é que a noite o cenário se inverte, mais ao menos, o sol deixa de potencializar essa quentura insuportável. Essa é a situação vigente em Rio Branco, capital do Acre. Só escapei do desastre fatal porque antes de usar a ducha, abri a torneira da pia para lavar a mão, a água da caixa que fica o dia inteiro exposta ao sol, só basta apanhar na torneira e despejar no cuador já contendo o pó, o café tá pronto. Os gramados que não são regados já estão todos secos, a terra está rachando, os rios e igarapés, os que não estão secos, conservam apenas algumas poças e os farelos de coisas queimadas, as famosas fuligens, estão por toda a parte. Em momentos de dificuldades, geralmente o povo pede saúde e sorte para vencer, a gente aqui, além desses itens, como fazem os nordestinos em época de seca, pedimos chuva e dias nublados para minorar o castigo do sol do setembro que se avizinha…