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Ex-seringueiro que virou comerciante no Alto-Juruá, ainda usa o sistema de “borrão” mesmo com a alta tecnologia

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Por Eré Hidson

Filho de Francisco das Chagas Morais, vindo do Ceará (cidade não identificada) com 10 anos de idade e de dona Francisca Conceição de Morais, do Alto-Juruá, colocação Porto Seguro, Januário das Chagas Morais nasceu no dia 28 de novembro de 1936 no Alto-Juruá, Seringal Manteiga, colocação Bom Futuro.

Passagem interessante dos nomes dessas comunidades, tem também o Seringal Manteiga, Colocação Pão, vizinho da colocação onde nasceu Januário.

Januário Morais ainda muito jovem e em foto atual

Casou-se com Sebastiana Rebouças de Morais. Tiveram os filhos Edna Rebouças de Morais, funcionária pública aposentada; Maria Egna Rebouças de Morais (in memorian); Ajenário Rebouças de Morais, Bombeiro-Militar; Edma Rebouças de Morais, funcionária pública; Maria Elida Rebouças de Morais (in memorian); Elito Rebouças de Morais (in memorian); Agenildo Rebouças de Morais, autônomo; Maria Egila Rebouças de Morais, autônoma; e Gleisson Marcos Rebouças de Morais, policial Penal.

De seringueiro a aviador de mercadorias no Alto-Juruá, Januário atua há pelo menos 47 anos em seu comércio na Avenida Boulevard Thaumaturgo (Copacabana). Comerciante a moda antiga, do tempo do “borrador”, as famosas anotações em cadernos. Sempre muito trabalhador, foi de confiar nas pessoas que lhe compravam em anotações.

“Maioria das pessoas sempre compraram e pagaram certinho. Um ou outro não pagam, mas, é normal do comércio. Meus cadernos sempre enchiam as anotações, íamos passando a limpo para outros e assim a vida seguia. Até hoje ainda tenho clientes de anotações”, conta.

Quando começou, era na época do governador Nabor Júnior, homem muito bom, um governador que viabilizou muitos empregos. E muitos desses funcionários compravam com jo comércio do Januário, “sempre para pagar no final do mês”, diz.

Depois, veio o governo Flaviano Melo, que também gerou muitos empregos e o comércio continuou a negociar com os funcionários no “borrador”.

Depois veio o governo Edmundo Pinto, que durou pouco tempo, até ele ser assassinado, “mas que também foi um bom governador”, conta, o que lhe garantia movimentação no comércio.

Januário tem poucas lembranças do Governo Romildo Magalhães, mas destaca que o Governador Orleir Cameli foi o melhor governador para Cruzeiro do Sul, e também melhor prefeito.

Ainda teve amizade com Jorge Viana, que era seu parceiro de procissão em honra a Nossa Senhora da Glória.

Seu comércio era ponto de encontro no 15 de agosto com a comitiva do governador Jorge Viana.

Destaca que ele foi o governador que fez a Avenida Mancio Lima e tirou a sua casa e dos demais moradores da lama.
Foi muito amigo do casal Lily e Edson Cadaxo, ex-governador, a quem lhes tinham como alguém da família.

Ainda chegou a trabalhar no Exército Brasileiro, em Cruzeiro do Sul.
Destaca sua amizade com o empresário Abraão Cândido da Silva.

“O Abraão foi meu pai, meu amigo, meu irmão”, destaca um agradecido Januário, que não tinha praticamente nada, mas que encontrou na amizade e confiança junto ao amigo Abraão, a possibilidade de criar todos seus filhos, com muita honra e dignidade.

Também cita o empresário João Gaspar, o João Garapa, próspero comerciante que também trabalhou muitos anos em parceria em seu comércio.

Ainda teve os vizinhos, pessoas conhecidas e tradicionais em Cruzeiro do Sul, entre eles Antônio Alves, padeiro (in memorian). Lembra também do seu Romeu, dono de drogaria (in memorian), Adauto (in memorian), Iê, policial civil (in memorian), Otacilio (in memorian).

Muito lúcido às vésperas de completar 87 anos de idade, Januário sabe decor e salteado colocação por colocação o Alto-Juruá.

De Marechal Thaumaturgo, vai para a Boca-do-Tejo. Do Tejo vai para o Bagé, depois para o Maranguape, depois para Boca-do-Dourado, Restauração, Tejo, Riozinho, e Manteiga ,que é afluente do Riozinho.

Já de Marechal Thaumaturgo pra baixo, tem o Oriente, Grajaú, Ouro Preto, Riozinho Cruzeiro do Vale, Riozinho das Minas, Juruá Mirim, Valparaíso, Paraná dos Mouras, Depois vem as Pucalpas de cima e de baixo, depois vem Luseiro e Nova Cintra e depois vem Rodrigues Alves.

“Nunca tive inimizade com ninguém, nunca! Nunca! Por onde ando as pessoas me chamam e eu dou as horas com maior alegria”, conta. Aliás, a alegria também é uma de suas características marcantes.

Ao final de nossa conversa, deixa um recado para a juventude: Que tenham respeito aos pais, ao próximo, e que estudem e busquem o caminho de Deus.

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