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COLUNAS

Ressocialização no sistema penitenciário do Acre: o trabalho e os homens que ajudam a mudar a vida de quem foi parar na cadeia

Publicado

em

Por Janes Peteca

No cenário do sistema penitenciário do Acre, um tema de extrema relevância é a socialização dos presos, que engloba diversas atividades, incluindo o trabalho dentro das unidades prisionais. Nesta matéria exclusiva, iremos explorar como essa prática tem sido desenvolvida e como os servidores desempenham um papel fundamental nesse processo de ressocialização.


O trabalho desempenhado pelos presos nas penitenciárias é um importante aspecto na busca pela reinserção social. Ao oferecer oportunidades de emprego dentro do sistema, a ideia é proporcionar aos detentos uma atividade produtiva, contribuindo para sua autoestima, aprendizado e preparação para a vida fora das grades.


As unidades prisionais do Acre vêm adotando programas de trabalho prisional como parte integrante do cumprimento da pena. Diversas atividades são oferecidas, como a produção de alimentos, a confecção de artesanatos, a montagem de motor de carro, pintura, roçagem, apicultura, horta, fabricação de móveis, e a realização de serviços de manutenção, tanto internamente quanto em parceria com outras secretarias.


Além do benefício direto para os presos, o trabalho também gera economia para o sistema penitenciário, uma vez que parte dos produtos e serviços é destinada ao consumo interno, reduzindo os gastos com a compra desses itens. A sociedade também se beneficia, pois é proporcionada uma oportunidade de resgate e reabilitação para aqueles que cometeram delitos.


Os servidores penitenciários desempenham um papel crucial na implementação e supervisão desses programas de trabalho. Eles atuam como agentes de socialização, promovendo a disciplina, o respeito às normas e a segurança dentro das unidades prisionais. Além disso, são responsáveis pela capacitação dos presos, orientando-os nas atividades desenvolvidas e buscando incentivar o desenvolvimento de habilidades técnicas e sociais.


Jurimar Menezes, o policial comprometido com essa causa mais que social

No coração da cidade de Rio Branco, um homem está desempenhando um papel fundamental na reintegração de detentos à sociedade por meio do trabalho. Jurimar Menezes, um policial penal comprometido e empreendedor social, lidera uma equipe de 20 presos em atividades de reforma, limpeza, roçagem e outros serviços, que não só melhoram a infraestrutura local, mas também oferecem oportunidades de reabilitação.


Em um sistema prisional frequentemente marcado por desafios e altos índices de reincidência, Menezes encontrou uma abordagem inovadora e eficaz para ajudar os detentos a reconstruir suas vidas. Através de parcerias com autoridades locais e instituições penais, ele estabeleceu um programa que visa a reinserção social por meio do trabalho digno e capacitador.


O projeto liderado por Menezes não se limita apenas a atividades manuais, mas também proporciona treinamento profissional e capacitação aos detentos. Com um olhar voltado para o futuro, ele busca oferecer oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de habilidades que possam ser utilizadas após a liberdade.


“O trabalho tem um poder transformador”, afirma Menizes. “Ao envolver os presos em atividades produtivas, estamos mostrando a eles que são capazes de contribuir para a sociedade de forma positiva. Isso eleva a autoestima e a autoconfiança, fatores essenciais para uma reintegração bem-sucedida”.

Presos praticam ofícios nas ruas da capital, Rio Branco, e em estradas, sob o comando do policial Jurimar


Técnico em agropecuária revoluciona o sistema penitenciário com projeto de horta

Um técnico em agropecuária tem se destacado por seu trabalho notável na implementação de um projeto de horta, trazendo benefícios tanto para os detentos quanto para a instituição. Wladimir de Brito Rocha, responsável pela horta, é reconhecido por sua dedicação e habilidades, que têm transformado a realidade dos indivíduos privados de liberdade.


Desde que Wladimir assumiu a responsabilidade pela horta da Unidade Up4, o ambiente no sistema penitenciário vem passando por mudanças positivas. O projeto, que foi um dos primeiros de seu tipo a ser implantado, tem como objetivo principal promover a ressocialização dos detentos por meio da agricultura e do trabalho em equipe.


Com vasta experiência na área agropecuária, Wladimir utiliza seus conhecimentos para instruir os detentos sobre técnicas de cultivo, manejo de animais e boas práticas agrícolas. Além disso, ele também trabalha na conscientização ambiental, destacando a importância da preservação e do uso sustentável dos recursos naturais.


A horta, que inicialmente era pequena, foi gradualmente expandida e agora fornece uma variedade de alimentos frescos e saudáveis para o consumo. Os detentos envolvidos no projeto são responsáveis por todas as etapas do cultivo, desde a preparação do solo até a colheita, incentivando a aprendizagem e o senso de responsabilidade.


Além dos benefícios nutricionais, a horta tem contribuído para a melhoria da saúde mental e emocional dos detentos. O trabalho no ambiente verde proporciona um alívio do estresse e uma sensação de propósito, além de estimular a criatividade e a autoconfiança.


Acredita-se que o envolvimento em atividades agrícolas e o aprendizado de habilidades práticas podem aumentar significativamente as chances de reintegração social bem-sucedida após a liberação.


Em entrevista, Wladimir expressou sua satisfação em ver os resultados positivos do projeto. Ele enfatizou a importância de proporcionar oportunidades de mudança e resgate da dignidade humana por meio do trabalho e da educação. O técnico em agropecuária está determinado a expandir ainda mais o projeto e colaborar com outras instituições para promover uma reforma efetiva do sistema penitenciário.

Wladimir é o técnico que orienta o trabalho da horta


O trabalho de Wladimir de Brito Rocha na implementação do projeto de horta no sistema penitenciário tem sido reconhecido como uma iniciativa exemplar de ressocialização. Sua dedicação e visão transformadora têm impactado positivamente a vida dos detentos, demonstrando o potencial do setor agropecuário como ferramenta de reintegração social.

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