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CULTURA & ENTRETENIMENTO

No Acre, escritora paulista Marah Mends apresenta livro sobre relações abusivas

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FEM / Foto: Carol Lamar

Com seus cabelos cacheados e um sorriso no olhar. É assim que conhecemos Marah Mends, escritora paulista que está no Acre até o dia 31 de outubro. A autora realizou o lançamento de seu livro “Relações Arbitrárias” durante o show “Ela por Elas” na Usina de Arte João Donato.

“Relações Arbitrárias” foi lançado oficialmente em 2019, justamente no início da pandemia da Covid-19. O livro trata de temas como a amizade, romance, relacionamentos tóxicos, feminicídio e sororidade, temas pertinentes principalmente durante o período de isolamento social. Marah doou dois exemplares que podem ser encontrados na Biblioteca Pública Estadual Adonay Barbosa.

Livro Relações Arbitrárias foi lançado em 2019. Foto: Carol Lamar

Na sinopse: Mulheres começam a ser encontradas mortas com marcas e sinais em seus corpos. Keyah conta com a sororidade de sua amiga Mafuane, que começa a ficar preocupada se sua parceira se tornará a próxima vítima. Surpresas e tensões fazem duas mulheres negras se unirem para salvarem suas vidas e desvendarem os assassinatos. Uma história fictícia com altas doses de realidade e ao mesmo tempo inspiradora sobre narrativas de sobrevivências em um país com inúmeros casos de feminicídios.

Marah conta que essa história foi muito tranquila de escrever, porque já teve alguns relacionamentos tóxicos também. “Tem uma das personagens, a Keyah, que é uma personagem que vive um relacionamento extremamente tóxico com uma pessoa que parecia ser incrível. Rolam várias coisas absurdas. A trajetória dessa personagem foi baseada em vivências, em escutas. E aí eu peguei um monte de informações e afunilei para criar a história dela.”

As amigas, personagens centrais do livro, são de mundos completamente diferentes: Keyah é uma médica que vem de uma família culta. Sua amiga Mafuane é uma mulher mais simples e do povo. Porém esse não é um empecilho para a amizade das duas, que se tratam com respeito e igualdade. Elas são de mundos diferentes, mas, quando se conectam, percebem que têm muita coisa em comum.

“O que eu procurei colocar nessa personagem [Keyah] é que ela não é submissa, ela não sofre calada. Mas, por mais ativista e esclarecida que ela fosse, ela também passa por um relacionamento abusivo, como toda mulher corre o risco de estar”. Cada capítulo do livro é introduzido por uma frase de um serial-killer que assassinava principalmente mulheres.

Lançamento no Acre ocorreu na Usina de Arte João Donato. Foto: Instagram/Marah Mends

O sangue acreano corre nas veias de Marah. Sua avó e mãe são oriundas das terras do aquiri. “A gente que é artista segue nessa luta, né. Sou ativista cultural, escritora, formada em comunicação social. ”, conta. Antes de ser escritora, trabalhou com a comunicação de uma famosa companhia aérea. E a vida de autora não é nada fácil, já que ela deve se desdobrar em diversas atividades: “Me dediquei aos livros depois disso, e hoje também faço oficinas de escrita criativa. Além disso, faço um trabalho social com um coletivo onde visitamos penitenciárias, fazemos rodas de poesia e cada um conta sua história”, relata.

Por ser uma autora independente (que cria, escreve, revisa, edita, publica e lança seu livro sem o intermédio de uma editora), a vinda do período pandêmico fez com que Marah tivesse que mudar sua estratégia de difusão da sua obra, pois contava com eventos de saraus e eventos literários.

Com 5 livros publicados, Marah já participou de bienais no Brasil, na Argentina e em Portugal; ela inclusive esteve 3 vezes na Bienal Internacional do Livro em São Paulo. Os interessados em adquirirem o exemplar podem procurar a autora através do Instagram @marah_mends. As obras também estão disponíveis na Amazon, em formato físico e digital.

Ela também dá uma dica para autores que passam por bloqueios criativos durante o processo de escrita. “Quando isso acontece, eu paro um pouco, vou no quintal, vou conversar com meu cachorro, vou dar uma volta na rua. Aí quando você volta você tá com uma ideia diferente ou que complementa aquilo que você não conseguia terminar. Você tem que dar uma desligada quando tá com bloqueio. Então faz uma coisa diferente, vai conversar com uma pessoa na rua. Quando você voltar você vai ver que sua cabeça tá mais tranquila pra continuar”.

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