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Em artigo, coordenador das rádios do sistema de comunicação do Estado, Luc Lima escreve sobre a democracia da informação

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A primeira transmissão oficial de rádio no Brasil foi realizada no dia 7 de setembro de 1922, durante a comemoração do centenário da Independência, pelo então presidente Epitácio Pessoa. Passados alguns anos, o rádio ganhou o país e se popularizou ao ponto de se tornar paixão entre os brasileiros.

Posteriormente, surgiram novos veículos de comunicação, que se tornaram, junto ao rádio, presença certa nas residências e nos locais de trabalho da população. Foi assim com a televisão, na década de 1950, depois o telex, o fax, o pager, ou bipe, esses três últimos as novas gerações nem sequer ouviram falar e não têm ideia do quanto foram utilizados pelas repartições públicas e empresas privadas, tornando-se, com o rádio, meios de comunicação de massa.

Cabe aqui citar outro meio de comunicação, bastante utilizado naqueles anos, o orelhão, que nada mais era do que uma cobertura que lembrava uma orelha gigante que abrigava um telefone analógico, e funcionava com fichas iguais às que usávamos nos fliperamas, posteriormente, com a melhoria tecnológica, substituídas por cartão magnético.

Com o surgimento e a popularização da telefonia móvel e da internet e com elas o surgimento de novas tecnologias digitais, inúmeros aparelhos que eram utilizados com essa finalidade pela população foram varridos do mercado, mas entre todas, duas delas permanecem até hoje conosco, a TV e o rádio.

Mesmo com todas as previsões de que a internet varreria os veículos de radiodifusão, o rádio permanece firme como o meio de comunicação mais democrático e apaixonante e, para nós que vivemos na região amazônica, o mais eficiente.

Nesse universo se encontra o Sistema Público de Comunicação do Acre, a estrutura mais completa, que atua com vários veículos de informação, na radiodifusão e nas plataformas de mídias digitais. O destaque vai para as rádios AM e FM que estão espalhadas pelas nossas regionais e que quando entram em rede ou “em cadeia”, como chamamos aqui, atingem quase toda a população do estado.

Nas regionais do nosso Acre, existem mais de 700 comunidades rurais e, em boa parte delas, os moradores só possuem o rádio como elo de comunicação com o restante do estado. Tradicionalmente, as rádios do Sistema Público têm tido atuação importante ao longo de muitas décadas, pois foi por meio delas que as comunidades afastadas conseguiram acessos a diversos serviços sociais.

E não podemos nos esquecer dos muitos casamentos realizados com a ajuda das nossas rádios AM e FM! Isso mesmo, muitos senhores e senhoras que precisavam de companheiros se valeram de nossas rádios para encontrar as suas almas gêmeas, e também foi por meio de nossos programas de variedades que já ajudamos pessoas com necessidades especiais a receber doações de cadeiras de rodas, cadeiras de banho, muletas e muitos outros itens essenciais para pessoas com mobilidade limitada.

O nosso querido rádio, que se tornou centenário em 2022, promove profundas transformações na vida das pessoas. Em outro texto, abordaremos as rádios AM e FM do Sistema Público e de como foram parceiras diárias de ouvintes cativos, que se deliciavam com os vozeirões de nossos locutores e locutoras.

Por enquanto, fico aqui com este primeiro registro desse veículo fantástico que desafia as transformações tecnológicas e segue firme e cativo na preferência das pessoas.

Viva o rádio!

*Luc Lima é coordenador das rádios do Sistema Público de Comunicação do Estado do Acre

[Agência de Notícias do Acre]

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