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Acre ocupa segundo lugar por contaminação por mercúrio em peixes; Rio Branco foi detectado o índice mais crítico
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que peixes consumidos nos principais centros urbanos da Amazônia estão contaminados por mercúrio. Os resultados mostram que os peixes de todos os seis estados amazônicos apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável (maior ou igual a 0,5 microgramas por grama), estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Acre aparece em segundo lugar no ranking dos Estados da Amazônia, onde o índice de contaminação, de acordo com as amostras coletadas, foi de 35,9% ficando atrás somente de Roraima, que lidera em primeiro lugar com 40% dos peixes com mercúrio acima do limite recomendado. Logo atras do Acre, aparece o Pará (15,8%) e no Amapá (11,4%) com os menores indicadores.
Na capital, Rio Branco, foi detectado o índice mais crítico. As amostra revelaram que o potencial ingestão de mercúrio ultrapassou de 6,9 a 31,5 vezes a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental do governo norte-americano.
Dados científicos revelam que a presença, acima da média, do mercúrio no organismo humano pode causar problemas de saúde que afetam o sistema nervoso, sendo mais grave o consumo por grávidas, por sua interferência na saúde do bebê, e para crianças podendo causar graves problemas de saúde, que afetam o sistema nervoso.
O estudo foi realizado em parceria com o Greenpeace Brasil, pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), o Instituto Socioambiental e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil).
Dados – As amostras foram coletadas nos municípios de Altamira (PA), Belém (PA), Boa Vista (RR), Humaitá (AM), Itaituba (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Maraã (AM), Oiapoque (AP), Oriximiná (PA), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Santa Isabel do Rio Negro (AM), Santarém (PA), São Félix do Xingu (PA), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tefé (AM).
Foram avaliados 1.010 exemplares de peixes, de 80 espécies distintas, comprados em mercados, feiras e diretamente de pescadores, simulando o dia a dia dos consumidores locais. Do total geral de amostras, 110 eram peixes herbívoros (que consomem alimentos de origem vegetal), 130 detritívoros (que consomem detritos orgânicos), 286 onívoros (que consomem alimentos de origem animal e vegetal) e 484 carnívoros (que consomem alimentos de origem animal).