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Amigo lamenta morte, hoje, do primeiro professor de educação física do Acre, o Fuzarca

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O ex-jogador de futebol Elder Guedes, o Fuzarca, um dos primeiros professores de educação física do Acre, morreu nesta segunda-feira, 27, aos 93 anos. O amigo dele, ex-presidente do Vasco, Paulo Maia, lamentou a perda em sua página no Facebook.

“Luto.

OAB, EDUCAÇÃO E ESPORTE DO ACRE.

Perdemos o grande amigo.  Elder Guedes de Paiva e Melo. 

O FUZARCA.

Faleceu hoje em Rio Branco, de morte natural aos 93 anos.

– Advogado, formado pela UFAC.

– Professor de Educação Física, formado pela Escola Nacional de Educação Física do Rio de Janeiro.

– Um dos maiores desportistas acreano desde década de 50.

Treinador campeão do Atlético Acreano em 1952 e 1962.

Jogador do A. D. Vasco da Gama em 1958.

Treinador do Independência F. C., em 1983.

Professor de Educação Física nas escolas acreanas na década de 80.

Deixa esposa, filhos e netos.

Velório está sendo na Capela São João Batista (Rua Antônio da Rocha Viana).

Sepultamento será amanhã as 08:30h, Cemitério São João Batista.

Jaime Fuzarca”

QUEM É FUZARCA, SEGUNDO O PROFESSOR DANDÃO

Quem vê aquele velhinho ligeiramente encurvado olhando o movimento da rua na frente da sua casa, no Jardim Tropical, jamais poderá imaginar a importância que ele teve para o desenvolvimento do futebol acreano. O velhinho se chama Elden Guedes de Paiva e Mello, apelidado de Fuzarca, e nasceu no dia 21de janeiro de 1928, no bairro Seis de Agosto.

Fuzarca (apelido que ganhou ainda criança, por causa de uma tia que costumava leva-lo para todo tipo de festa popular) começou a jogar futebol pelo time do bairro onde nasceu. Jogava de meia-esquerda. Era um jogador de rara habilidade e logo foi gastar a bola no Rio Branco. Daí passou a ser convocado para a seleção acreana, que excursionava pelo interior do estado.

Em meados da década de 1940, logo que concluiu o segundo grau, parou com a bola e se mandou para cursar educação física no Rio de Janeiro. Assim que concluiu o curso deu um jeito de voltar à terra natal para aplicar o seu conhecimento. Corria o início da década de 1950 e Fuzarca formou ao lado dos colegas Valdé e Té o trio de primeiros educadores físicos do Acre.

Na volta ao Acre, Fuzarca não pretendia mais jogar futebol. O que ele queria mesmo era ser treinador e professor. O apelo dos amigos, porém, o fez assumir, por algum tempo, as duas funções. E, assim, ele acabou ainda vestindo a camisa do Vasco da Gama, em 1958, jogando ao lado de craques famosos do Acre. Casos, entre outros, do Chico Alab e do Mário Duarte.

Ideias novas e títulos

De 1952 a 1983, Fuzarca teve a oportunidade de treinar três equipes do futebol acreano: o Vasco da Gama, o Atlético e o Independência. Com a bagagem teórica obtida na graduação em terras cariocas, ele foi um dos precursores da implantação dos esquemas táticos nos times do Acre. “Os times na época jogavam de forma muito desorganizada”, explicou Fuzarca.

Nesse período como treinador, ele conquistou dois campeonatos. Ambos dirigindo o Atlético: 1952 e 1962. “O time do Galo em 1952 era muito bom. Reunia a nata dos jogadores regionais. Fomos campeões logo no ano de fundação do clube. E dez anos depois tivemos a graça de sermos os primeiros campeões do Acre na condição de estado”, disse o ex-treinador.

Quando resolveu parar, no final de 1983, depois de dirigir o Independência, Fuzarca estava com 54 anos. Uma idade em que boa parte dos treinadores está no auge da maturidade. O argumento dele para a decisão de se afastar dos gramados foi a de que estava se aborrecendo demais com as picuinhas do mundo do futebol. Perdera a paciência com os dirigentes.

“Além disso”, explicou Fuzarca, “eu prestara vestibular para cursar direito na Universidade Federal do Acre. E achei que era complicado treinar um time até o final da tarde e depois correr para a sala de aula. Eu sempre quis estudar direito. E como já estava ficando velho, entendi que deveria focar nos estudos. Acho que fiz a coisa certa. Não me arrependo não”.

Opiniões e memórias

Fuzarca não se sente à vontade para opinar sobre o futebol acreano da atualidade. Há muito tempo ele deixou de frequentar os estádios. O que ele gosta mesmo é de falar dos craques do seu tempo. Conta, por exemplo, detalhes de uma excursão à Cobija. Disse que os bolivianos não jogavam nada. Mas que a seleção acreana perdeu duas vezes no confrontos com eles.

“O nosso time era melhor do que a seleção dos bolivianos. Quem Jogava era eu, o Arigó, o Elínio, o Dudu, o Pedro Sepetiba, o Bacelar… O Pedro Sepetiba era um lateral viril, do tipo que não costumava levar desaforo pra casa. E o Bacelar, esse corria demais. Nós perdemos mais por cansaço. Fomos de batelão. Passamos dois dias subindo o rio”, falou Fuzarca.

E quanto ao melhor jogador do seu tempo, Fuzarca apontou o atacante Dudu. “… era um ponta-esquerda muito agressivo, jogava sempre pra frente, buscando a linha de fundo. Ele tinha uma habilidade rara e não tinha medo de cara feia. Ele não se intimidava quando pegava um lateral do tipo carniceiro. Driblava muito e cruzava com perfeição”, garantiu o ex-atleta.

Sobre goleiros e marcadores, Fuzarca respondeu sem hesitar: “Goleiro tinha dois, o Tinoco e o Pedrito. O Tinoco compensava a baixa estatura com um incrível senso de colocação. O Pedrito era muito bom, mas jogou pouco, porque foi embora para o Rio de Janeiro. Já o pior marcador era o Bararu. Batia pra caramba. Eu costumava jogar longe dele”, finalizou sorrindo.

(Texto originalmente publicado em Futebol Acreano em Revista – Edição nº 9 – Dezembro de 2019)

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