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RAIMUNDO FERREIRA

Professor e arquivista da Ufac, Raimundo Ferreira escreve reflexivo artigo sobre a “Floresta saqueada”

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FLORESTA SAQUEADA

  • Raimundo Ferreira

Para quem reside na cidade, mesmo sendo na região Amazônica, especialmente nasceu e se criou em meio urbano, pode até tentar relatar, descrever e fazer algumas conjecturas a cerca da selva Amazônica, mas nem de longe esse conhecimento empírico adquirido através de leituras, vídeos, filmes e reportagens, vai permitir que descreva e fale com profundidade sobre a essência da floresta nativa da Amazônia, a verdade é que, quem nunca levou uma ferroada de formiga tucandeira, táxi, tracoar, tapiba, taioca, saca-a-saia, trinca cunhão, saúva, formiga de fogo entre outras, e também não levou surra de caba-de-oco, caba tatu, tapium, mangangá, como também não foi picado por carapanãs, catuquis e mutucas, e ainda não se tremeu de medo quando viu uma onça pintada na selva; também não se trepou em alguma árvore para se livrar da fúria do bando de porcos selvagens (queixadas); também não levou choque de poraquês, não foi ferroado de arraia, e de forma distraída não pegou ou se encostou numa lagarta peluda, denominada pelos nativos de piolho de preguiça e que os espinhos meio ao seus pelos causam dores por 24 horas; certamente também não se perdeu na selva e caminhou em circulo, passando varias vezes pelo mesmo local, por conta de está atraído por cobra jiboia, ou cipó jiboia e para se livrar da situação teve que vestir a camisa pelo anverso; não conviveu com a grande diversidade de cobras, venenosas e não venenosas, e ainda não mergulhou em igarapés, lagos e igapós de águas escuras e sujas, ou seja, quem não enfrentou esses percalços, passou por essas provas, ou ao menos não conviveu com todos estes perigos da floresta entre outros, lamentamos informar, mas infelizmente não tem conhecimento nem capacidade para opinar, descrever ou tecer opiniões sobre a floresta, quanto mais se alvorar a defender e se apresentar como preservacionista desse mundo a parte. Todavia, só descrevemos todas estas coisas sobre essa temática, porque ficamos empolgados quando falamos desse assunto, no entanto, o objetivo mesmo desse relato é lamentar profundamente o que está sendo feito, ou melhor, o que está acontecendo com essa floresta nativa da Amazônia e o que é mais grave, de forma silenciosa, em surdina, estas empresas estrangeiras, que lamentavelmente os governantes estão dando o aval, estão devastando com todas as espécies de madeiras de lei, espécies estas, que levam século para atingirem um diâmetro que possa ser utilizada em móveis e construções e estão sendo retiradas em quantidades incalculáveis para fora do país. Esse vídeo que assistimos e que nos deixou estarrecidos em observar a quantidade de caminhões de grande porte carregados com toras e enfileirados, que não se avistava o fim da carreata, e ainda mais porque sabemos, que isso é apenas um registro da pratica regular de retirada de madeiras que está sendo talvez semanalmente ou até diariamente praticadas na região amazônica, e juntamente com estas autorizações oficiais de fachada, sabemos que não só as madeiras de lei, mas também outras riquezas, incluindo as extraídas do subsolo, estão também sendo carreadas para fora do Brasil, sem o mínimo de controle e consequentemente, dilapidando as riquezas naturais, sem que o pais obtenha qualquer lucro sobre essa exploração irregular.

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