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Professora Hildegardes, uma apaixonada pela Educação que levou seu sacerdócio a sério inclusive quando foi vereadora em Cruzeiro

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Por Eré Hidson

A professora Hildegardes Alves de Melo Costa, ou simplesmente ‘Professora Hildegardes’, uma apaixonada pelo magistério em Cruzeiro do Sul, é filha de Pedro Alves Ferreira, primeiro eletricista de Cruzeiro do Sul, e de Georgina Ferreira de Melo, costureira. HIldegardes nasceu em 20 de maio de 1938. A avó materna era uma “Índia braba” achada no meio da floresta. Ressalva que não sabe quem a encontrou, só sabe que lhe deram o nome de Nazaré. Essa nativa tinha um talento extraordinário para a alfaiataria. Foi a maior fabricante de batinas para os padres.
A professora HIldegardes casou-se com o mestre-de-obras Áuriu Paulo da Costa, um construtor nato que aprendeu com os alemães, com destaque para seu principal instrutor, o Irmão José.
Dessa união tiveram os filhos José Klinger Alves da Costa, bancário, atualmente morando em Portugal; Elson Luís Alves da Costa, jornalista;
Carlos Flávio Alves da Costa, autônomo; George Kleisson Alves da Costa (in memorian); e
Roberta Guedes da Costa, fisioterapeuta.

Alfabetizada pela professora Amélia na escola do “Telégrafo”, depois foi fazer a primeira série adiantada na escola Barão do Rio Branco, depois na 4° série, foi transferida para a Escola Braz de Aguiar, e teve como professora nessa época, Nadir de Brito.
Destaca que na sua primeira escola teve uma professora marcante, Nadir Soares, que já fazia saída de campo ainda nos anos 40, para os alunos terem na prática aulas de geografia, ensinando sobre os acidentes geográficos, planalto, planície, e até alterações da natureza, na realidade ela queria fazer com o aluno tivesse uma pequena noção e aprender na prática.
“Ela era uma professora muito atuante e ficou marcada, eu nunca esqueci o nome dela”, conta.
Ainda teve como professora na 5° série, Leonila Rosas, que era mãe do seringalista Armando Geraldo da Silva.
Lembra que nessa época, a sua irmã Teresinha de Melo Maia, e o saudoso deputado estadual Resende Lima (in memorian) também foram alunos dela.

Aos 22 anos já estava casada e aos 23 ingressou no magistério, e nessa época o governo do Território Federal do Acre mandava os cursos para os professores se dedicarem aquelas disciplinas.
“No curso de férias, nós fazíamos toda a preparação e concluímos com uma prova de natureza ginasial”, destaca.
Concluiu o curso de natureza ginasial, foi para o Instituto Santa Teresinha fazer curso para professores.
“Eu tinha muita vontade de estudar lá, com aqueles professores históricos”, afirma, saudosa.
Destaca a Irmã Rosa, que era temida, mas era autêntica e atenciosa.
Professora Hildegardes lembra que a prova era tão difícil que não conseguia a média. O esforço do aluno era levado em consideração e era valorizado, quando chegava a nota do boletim estava com a média.
Também teve como professora nessa fase do Instituto Santa Teresinha, a Madre Adelgundes Becker, a quem ela denomina de psicóloga.
Também a Madre Ângela, que era na área de cantos a sua atuação, lembra que por ser uma aula mais divertida, o ambiente ficava mais leve.
Ainda teve a Irmã Teresinha como professora, lembra que ela faleceu cedo.
Também a professora Francisca de Sena Santiago. Professor de Religião, ninguém menos que Dom José Ascher.

Na fase de professora, Hildegardes destaca que foi bem na transição do Acre Território para o Acre estado, e começou na alfabetização, na escola Hugo Carneiro, e sua diretora era Gisalda Mariano Coêlho Sampaio.
Lembra que alfabetizou João Gutemberg, que hoje é um grande vuto do Acre e na Igreja Católica.
Também foi alfabetizadora do Evandro Inácio, que ganhou da professora Hildegardes uma lembrança simbólica, uma toalhinha por ter se destacado nas provas de final de ano.
Também foi seu aluno ainda na escola São José o Eládio Cameli, empreiteiro e empresário de sucesso, pai do atual governador do Acre, Gladson Cameli.
O reconhecimento dos alunos, manifestados nos supermercados, nas praças, nos bancos, nos mercados, não tem preço, segundo ela. “Um aluno chega e diz: – Professora, lembra de “mim”? A gente não lembra de imediato porque a pessoa muda o rosto, mas esse contato é muito bom”, lembra.
Recentemente, na porta de uma drogaria uma senhora de 65 anos a abordou e perguntou se podia lhe dar um abraço. Claro, essa tinha sido sua aluna há 49 anos, exatamente na escola Professor Flodoardo Cabral.
Sua carreira no magistério teve vários momentos de glória, inclusive chegou a ser inspetora de ensino.
Foi contratada pelo governo federal para o curso de manutenção que o Governo dava para os municípios.
Em 1988 quando veio a homologação da Constituinte e o Governo do Estado fez o primeiro concurso público para educação em Cruzeiro do Sul, professora Hildegardes se inscreve e passa neste concurso e foi trabalhar com o seu segundo concurso e se aposentou ainda nova desse contrato federal e se dedicou exclusivamente ao contrato estadual nas escolas.
Com muita força, coragem e dedicação, dos primeiros anos até o terceiro ano na escola Flodoardo Cabral, na formação de magistério.
“Eu fiz minha bem ampla, e muito decisiva e gostei muito do que fiz”, diz.
Trabalhou ainda no curso de formação de professores, crê que foi valioso o seu trabalho.

Foi vereadora em Cruzeiro do Sul e nessa fase de parlamentar, em uma época de um certo glamour, professora Hildegardes sempre foi dedicada à causa da Educação.
Trabalhou ativamente por mais construções de creches e vagas nas creches, destaca a creche no bairro do Saboeiro “Majolune”.
Foram muitas atuações na vereança, mas, crê ter havido fraude na sua reeleição e depois disso, não quis mais participar das eleições. Um quadro qualificado da política que se desencantou com os rumos dela.

Seu marido, Áuriu Paulo da Costa, segundo a professora Hildegardes, foi um excelente construtor, que entrou na Prelazia do Alto-Juruá para prestar serviço à igreja e trabalhou de alto a baixo em todo Vale do Juruá.
Trabalhou em várias frentes de obras pela Prelazia, como em Porto Walter, na construção de convento e igreja; Mâncio Lima, na construção de colégio; Rodrigues Alves, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo.
Em Cruzeiro do Sul, quando trabalhou na construção do Instituto Santa Teresinha, ainda muito novo, com 17 anos aproximadamente, e também tinham outros companheiros de trabalho na mesma faixa etária e na hora do intervalo da manhã eles brincavam, e um dos operários colocou uma pequena pedra dentro de um cano, e o Áuriu colocou o olho no cano, a pedra veio e o deixou cego de uma das vistas.
Logo em seguida também participou ativamente na construção da Catedral Nossa Senhora da Glória.
Também participou das construções das obras dos seminários Maior, Menor, em suma, participou ativamente daquilo que chamamos de arquitetura alemã, nos referindo às obras da igreja católica no Juruá.
Era um excelente pai, um filho exemplar, e esposo dedicado a esposa e a família.
“Quando ele faleceu há 12 anos atrás, eu já dizia que ele era santo, antes mesmo dele morrer. Eu nem me preocupo de saber onde ele estar, porque ele não ofendia ninguém, não mexia em nada de ninguém, nunca trouxe um prego das construções para casa dele. Era honesto total com a sociedade e a família”, conclui a professora Hildegardes.

Para o filho, jornalista Elson Costa, o pai Áuriu era “homem muito simples, trabalhador, desde seu tempo de infância. Trabalhou junto com a mãe, dona Doca, para educar os irmãos. O pai dele trabalhava em barcos de Cruzeiro do Sul pra Manaus e morreu numa das viagens quando ele era ainda muito criança. Sua vida profissional foi ligada a Diocese, onde começou como ajudante, depois pedreiro e com o tempo virou o mestre-de-obras e encarregado do almoxarifado de materiais. Sua honestidade é inquestionável. Seus parceiros de trabalho o apelidaram de “Decente”. Drpois da Prelazia trabalhou na Natu Engenharia, do empresário Rui Assem. Se aposentou e deixou um legado, um exemplo de seriedade para os filhos.
“Meu pai foi um engenheiro sem formação”, concluiu.

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