“A dança da humanidade” é o artigo desta quinta-feira do jornalista e escritor Pitter Lucena

A história da humanidade é uma dança complexa de civilizações, nações, reinos, povos e etnias, todos entrelaçados na teia da existência. É uma jornada que nos leva dos que foram aos que vieram, onde o passado e o presente se encontram, e os sonhos se misturam com as ilusões de passagem.

Nesse intricado tecido, encontramos a essência do ser humano, a busca constante por significado, conexão e pertencimento. Somos indivíduos que, ao longo das eras, nos agrupamos em comunidades, sociedades e nações, moldando a paisagem da história com nossas culturas, línguas e tradições. No entanto, apesar de nossas diferenças aparentes, todos compartilhamos o mesmo desejo de compreender o mundo ao nosso redor e dar sentido à nossa existência.

É uma jornada sem início nem fim, um eterno movimento de término do começo e início do final. A vida e a morte são dois lados da mesma moeda, cada uma dando significado à outra. Enquanto a vida floresce, a morte nos lembra da efemeridade de tudo, da impermanência que permeia nossa jornada.

A questão da eternidade e da perecibilidade nos assombra. Deus, seja qual for a forma como O concebemos, é uma entidade que transcende o tempo, um eterno que existe além do começo e do fim. Enquanto nós, seres mortais, somos perecíveis, sujeitos à passagem do tempo e à inevitabilidade da morte. É um paradoxo que desafia nossa compreensão e nos faz refletir sobre o significado último da existência.

E, no entanto, apesar de todas as incertezas, de todas as perguntas sem resposta, continuamos a viver. A vida é um presente, um mistério a ser desvendado a cada dia. É um constante fluxo de experiências, um ciclo interminável de começos e fins, de renovação e transformação.

À medida que exploramos a dança da humanidade, percebemos que, no final das contas, o que realmente importa é como vivemos o presente. É como amamos, como nos conectamos com os outros, como deixamos nossa marca na história. É como abraçamos os começos e os fins, aceitando que ambos são parte integral da jornada da vida.

Nessa dança infinita, a humanidade persiste, as civilizações surgem e desaparecem, as nações se erguem e caem, mas o ser humano continua a sua busca incansável por significado e propósito. A vida é uma dádiva efêmera, um lampejo de luz no vasto universo, e é nossa responsabilidade viver cada momento com gratidão, compaixão e sabedoria. É assim que damos sentido à nossa passagem, como seres finitos em um mundo cheio de infinitas possibilidades.

Pitter Lucena é jornalista e escritor