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No Dia Mundial da Água, nesta terça-feira, IBGE mostra que o Brasil e o Acre em particular vivem grave no setor

De acordo com o IBGE, quase 500 mil pessoas não têm acesso à água potável todo o Estado e outras quase 800 mil não contam com esgoto

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Por Tião Maia, para AcreNews

Celebrado a cada 22 de março ao redor do planeta, como nesta terça-feira, o Dia Mundial da Água, no Brasil, é algo do qual há muito pouco a se comemorar. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), pelo menos 6,1 milhões de residências no país não recebem água encanada, o que priva mais de 18 milhões de pessoas de abastecimento. No Acre, segundo o mesmo IBGE e outras agências que monitoram o setor, os números também são alarmantes: mais de 458 mil acreanos não têm acesso à água potável e mais de 790 mil à coleta de esgoto.

Isso significa que 90% da população do Acre não tem coleta de esgoto e que menos da metade possui acesso à água tratada. No caso da capital acreana, dos 407.319 moradores, somente 88,1 mil têm coleta dos esgotos e pouco mais de 221 mil à água potável. Ou seja, 78,3% dos moradores de Rio Branco não têm acesso ao básico. A capital acreana está entre as piores cidades brasileira com relação ao serviço de água e esgoto.

Entre 2005 e 2019, a população com acesso à rede de água no Acre registrou leve aumento de 33,2% para 48%. No caso do esgotamento sanitário, os avanços foram praticamente insignificantes, saindo de 8,8% da população com coleta dos esgotos em 2005 para 10% em 2019.

Além do baixo acesso aos serviços de saneamento básico, o Acre é um dos estados que mais perde água potável nos sistemas de distribuição devido aos vazamentos, furtos e erros de leitura dos hidrômetros. Conforme dados do próprio Depasa (Departamento de Água e Saneamento), pelo 40 por cento da água tratada não chega às residências: se perde pelo caminho, em canos estourados ou em ligações clandestinas que também não obedecem princípios de conservação da encanação. Os indicadores do Acre nesta área apontam que  60% de perdas, muito acima da média do Brasil, que é de 39%.

Os dados indicam que a privação de saneamento estava fortemente concentrada na população jovem, autodeclarada parda e mais pobre do estado. Conforme os dados, entre 2021 e 2040, os ganhos com a universalização dos serviços de água e esgotos poderiam chegar a R$ 3,5 bilhões e a R$ 5,5 bilhões até 2055. Esses ganhos vão desde a geração de empregos devido aos investimentos, assim como também com a redução de doenças, melhoria na educação, valorização imobiliária e ganhos ambientais.

Somente com a área da saúde pública, a previsão é de uma economia de R$ 156 milhões, entre 2021 e 2055, graças ao avanço do saneamento. Uma vez que, segundo o instituto, teria redução nas despesas com internações por infecções gastrointestinais e respiratórias na rede hospitalar do SUS.

A situação do Acre em relação à água ficou ainda mais crítica, principalmente na Capital, a partir da reversão do sistema, que deixou de ser estadual, e passou para o município, através do Saerb. As críticas da população é que, após a reversão, aumentou ainda mais a falta de água em diversos bairros da cidade.

O acesso à rede de esgoto é ainda pior. Quase metade da população brasileira vive sem acesso a saneamento, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Somente 49,1% do esgoto é tratado, ou seja, a maior parte dos rejeitos produzidos no país é devolvida à natureza sem qualquer processo de limpeza.

Mas este não é um problema adstrito do Brasil e muito menos só do Acre. O risco de falta d’água é um problema mundial. Segundo a Unesco, o planeta enfrentará um déficit de água de 40% até 2030. O Brasil, no entanto, sofre por responsabilidade própria, afinal é dono da maior reserva de água doce do mundo. Se há risco por aqui, é por falta de investimento.

Construir a infraestrutura para resolver os problemas hídricos brasileiros requer muito investimento. Mas, há quem acredite que a própria natureza poderia cuidar da questão, desde que devidamente manejada. O pesquisador Gregg Brill, do Pacific Institute, acredita que a maneira mais barata de lidar com o abastecimento nas grandes cidades são as soluções baseadas na natureza. Esse tipo de solução leva em consideração o equilíbrio natural dos ecossistemas, permitindo o uso consciente de “serviços” providos pela vegetação. Trata-se de uma maneira moderna de tratar antigos problemas das cidades, como o tratamento da água, as enchentes e, até mesmo, o controle de insetos.

As soluções naturais também oferecem outros benefícios, como a criação de parques e áreas de lazer. Um ponto importante para a construção de uma infraestrutura natural é a privatização do setor. Para Brill, somente empresas privadas são capazes de garantir o uso de tecnologias mais avançadas, como as soluções baseadas na natureza. “O governo não tem as condições necessárias para incorporar a inovação”, diz ele. “É a iniciativa privada que vai liderar essa agenda.”

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