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ESPORTE

Professor Francisco Dandão lembra como era pagos jogadores de futebol até os anos 1990

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Eu estava um dia desses me lembrando em como os dirigentes do futebol amador do mundo eram (ainda são?) criativos para gratificar os atletas. E essa criatividade valia tanto para pagamento a favor quanto contra (suborno, no popular). Eu diria que a criatividade dos caras não tinha limites.

No caso da “gratificação negativa”, eu me recordo de histórias dando conta de sujeitos que foram “comprados” por coisas que variavam entre a promessa de um emprego (público ou privado, tanto faz), um par de chuteiras usadas, ou um “vale-açougue” para comprar carne por um ano inteiro.

Da mesma forma, para renovar o compromisso de defender um clube por mais uma temporada, dependendo da esperteza do atleta, o prêmio podia variar desde milheiros de tijolos a dentaduras seminovas e fuscas zerinho, passando por bicicletas Monark, fardos de jabá e garrafas de cana.

O suborno mais curioso, porém, que eu um dia ouvi falar foi um que saiu das mãos do saudoso desportista Martins Bruzugu: duas pepetas e três sacos de carambola. Tudo isso para um goleiro deixar passar um chute do meio do campo do Tião Catega, filho do Bruzugu. O Tião pode confirmar.

No que diz respeito ao pagamento mais estranho pelos bons serviços prestados à causa do futebol, creio que nada supera o que ganhavam os artilheiros xapurienses Julinho Figueiredo e Pipiúna, quando os dois, ainda adolescentes, defendiam um time boliviano em um campeonato lá deles.

Julinho no começo da carreira era goleiro do América de Xapuri. Aí um dia, num jogo em Cobija, capital do Departamento de Pando, resolveu ir para a linha, depois do seu time estar perdendo por três a zero. Fez dupla de ataque com Pipiúna e o América virou o jogo para quatro a três.

Depois disso, não teve saída. Os bolivianos não poderiam mesmo deixar os dois craques xapurienses irem embora pra casa assim sem mais nem menos. E daí para a assinatura de um contrato de prestação de serviços futebolísticos, foi só questão de alguns minutos para estabelecer as bases.

Como os dirigentes do clube boliviano não possuíam fundos em espécie suficientes para pagar os dois craques, ficou acertado que cada um deles ganharia um barril de gasolina (produto abundante em “la banda”) por partida. E mais um barril por cada gol marcado. Negócio fechado!

Julinho e Pipiúna só não abriram um posto de combustível em Xapuri, com o pagamento dos bolivianos, porque não tinham vocação para o comércio. Mas, disse-me um dia o Julinho, tinham até clientes cativos para a gasolina que levavam pra casa depois dos jogos. Um ótimo negócio!

Por Na Marca da Cal

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