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ARTIGO

‘Serigueiros acreanos’ é o tema de novo artigo do professor Raimundo Ferreira

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Quando nos propomos a recordar um pouco do passado, remontando aproximadamente, da década de cinquenta aos dias atuais, não podemos deixar de incluir na reflexão, que somos
oriundos de outra orientação sociopolítica e de outra estrutura econômica, que girava em torno das atividades desenvolvidas nos seringais nativos, através do extrativismo vegetal e que produzia borracha natural e castanha do Brasil. Para manter fidelidade à descrição desse passado não muito distante, não podemos deixar também de evidenciar, que a execução dessa atividade, que acontecia no interior da floresta nativa, caracterizava-se exclusivamente pela vontade própria dos patrões, que contratavam os seringueiros, instalava-os no meio da selva, nas colocações, onde eram obrigados a produzir só e somente só a borracha natural e castanha do Brasil, todavia, havendo uma infalível imposição do patrão para realizarem apenas a atividade do extrativismo vegetal, e todas as necessidades de sobrevivência do seringueiro, ou melhor, todas as mercadorias que esse trabalhador iria utilizar para manutenção, teria que serem adquiridas através do patrão, e que inclusive, comercializava esses produtos por preço três vezes a mais que os preços praticados no comércio normal, ou seja, acreditamos não ser exagero afirmar, que o seringueiro trabalhava em regime de trabalho forçado e semi-escravidão, mesmo porque, era jogado na colocação, com grandes distâncias para sede do seringal, contando com um único acesso e ainda existiam funcionários do patrão permanentemente fazendo a vistoria para constatar se tudo estava em ordem e se os seringueiros continuavam cumprindo as regras do patrão, em síntese, os seringueiros eram subjugados e depois que estavam contratados, não havia outra opção, tinha que trabalhar muito, apresentar produção e dar um jeito de pagar a dívida. Nos seringais nativos o regime de trabalho era cruel, a vida era dura e nesse esforço sobre-humano, alguns conseguiam até acumular algum saldo, outros trabalhavam por toda vida, continuavam devendo, morriam e a dívida permanecia. Dessa forma o Acre foi ocupado e deu os primeiros passos, sem dúvida trazendo reflexos dessa economia e remontando essa cultura, que não deixa de refletir as influências até os dias atuais. Com exceção de quem se instalou por essa região após esse período da economia do extrativismo vegetal, a maioria da população é toda descendente dos seringueiros nordestinos.

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