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EZIO GAMA

COLUNA DO EZIO | O retorno de Netanyahu como Primeiro-Ministro e a nova direita em Israel

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Foto: Reprodução Facebook

Netanyahu foi o primeiro-ministro que esteve no comando de Israel por mais tempo, de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, somando quinze anos no comando do país. Sua volta ao poder e sua aproximação da direita, considerada mais radical, divide opiniões em Israel. A coalizão liderada pelo Likud, partido de Netanyahu, conquistou 64 dos 120 assentos na Knesset (Parlamento).

Esse retorno coloca o conservador Netanyahu no caminho para um dos governos mais estáveis ​​em anos. Sua proposta direitista inclui mais reformas de livre mercado, redução do custo de vida uma ação mais firme contra a ameaça beligerante do Irã e seu esforço para a construção de armas nucleares.

Os simpatizantes de Netanyahu comemoram sua volta ao poder. “A maioria da população quer que a direita esteja no poder, a direita é majoritária em Israel”.

Segundo a comissão eleitoral, o “bloco de direita”, o que seria, segundo analistas, o governo mais à direita na história do país. O desânimo do campo anti-Netanyahu, principalmente dos progressistas que compõem a oposição é visível. Suas tentativas de por Israel como um país progressista se enfraquece com sua retomada ao poder.

Netanyahu defende o fortalecimento dos assentamentos de colonos israelenses, um ataque frontal à Suprema Corte e o não reconhecimento das conversões ao judaísmo praticadas por rabinos não ortodoxos.

Em 2021 foi formada uma ampla coalisão entre direita, centro, esquerda e árabe e conseguiram destituir Benjamin Netanyahu do poder. Esse governo incluiu pela primeira vez um partido que representa a minoria árabe, que corresponde a 21% da população israelense. Seu plano era evitar mudanças drásticas em questões internacionais polêmicas como a política em relação aos palestinos, para se focar em reformas internas. Fracassaram. O plano não se sustentou e vemos agora o retorno, cada vez mais fortalecido de uma direita em Israel.

No entanto, Netanyahu planeja assinar acordos de coalizão que limitariam o poder e a influência da extrema-direita. Isso poderia ser feito por meio de nomeações para cargos ministeriais menos importantes, “além da insistência no acordo sobre políticas que a extrema-direita não teria que aceitar”, disse. 

A votação ocorreu em um clima de tensão na Cisjordânia ocupada, após uma série de ataques anti-israelenses por parte de palestinos, sobretudo no primeiro semestre deste ano. Desde então, mais de duas mil operações militares israelenses foram realizadas em território palestino. 

Netanyahu expandirá a cooperação regional sob os Acordos de Abraão e a coordenação de segurança. A ameaça do Irã é a prioridade número um, e para isso buscará laços mais estreitos com os Estados Unidos. 

Essa é a parte mais complicada, pois, Joe Biden e os congressistas democratas abandonaram o apoio inequívoco a Israel, passando a encorajar os inimigos dos Estados Unidos e deram as costas à política que rendeu acordos de paz históricos no Oriente Médio.

Biden encorajou grupos terroristas antissemitas como o Hamas, evitando líderes israelenses, enviando mais de US$ 200 milhões em ajuda aos palestinos, recursos que haviam sido cancelados pelo governo Trump. Biden unilateralmente retirou os Houthis apoiados pelo Irã da lista de organizações terroristas. E o pior, ele anunciou sua intenção de somar esforços ao acordo nuclear com o Irã, o que desestabiliza toda a região.

O vazio de Biden também está sendo preenchido pelos inimigos dos Estados Unidos – e os israelenses estão pagando o preço com sangue. O mundo tem testemunhado o recente derramamento de sangue em Israel e estão perplexos com a rapidez com que a violência eclodiu no último ano.

Em suma, desentendendo de que linha política se adota em Israel, isso reflete nas relações internacionais com os Estados Unidos e em relação à Palestina, Faixa de Gaza e Cisjordânia, bem como todo o Oriente Médio. Apesar do governo de Netanyahu ter sido marcado pela força e rigidez, o outro lado do espectro político, com suas ideias de abertura progressista, não conseguiu se manter no poder para efetivar seus planos e dar um novo rumo ao processo de paz na região. Entre outros fatores, isso provocou o retorno da direita e da política mais linha dura de Benjamin Netanyahu.

Ezio Gama é sociólogo e escreve sobre geopolítica.

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