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ARTIGO

Após conversa com correspondente em Jerusalém, sociólogo Ezio Gama esclarece sobre a recente crise política em Israel

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*Colaboração da agência Maduah, em Israel (www.maduah.com)

Um ano após a chegada do atual governo ao poder, Israel caminha para a quinta eleição em menos de quatro anos. Formado por oito partidos com ideologias distintas, o parlamento será dissolvido, conforme anunciou o primeiro-ministro Naftali Bennett e o chefe da diplomacia, Yair Lapid.

A coalizão, que contava com 61 deputados, reunia partidos de esquerda, centro, direita e uma participação árabe, algo bastante inusitado na história do país. Quem comemorou essa queda foi o ex-premier Benjamin Netanyahu, que ocupou o cargo durante doze anos consecutivos e pretende retornar ao posto.

Após a saída surpreendente de uma deputada de direita, Idit Silman, do partido Yamina, do primeiro-ministro, a aliança conta agora com 60 deputados, um a menos que o necessário para compor o Knesset, o Parlamento de 120 cadeiras de Israel.

Em sistemas parlamentaristas, o poder executivo está concentrado no Primeiro-ministro. Israel é uma república parlamentarista multipartidária. Para formação do governo são necessárias coalizões, pois nenhum partido sozinho jamais conseguiu a maioria no Parlamento israelense.

Israel possui uma forma de garantir a maioria no Parlamento, sustentando a governabilidade, que é o governo de coalizão de maioria, 50%+1. Todos os gabinetes do Estado de Israel foram formados por coligações entre dois ou mais partidos políticos durante sua história.

Um conflito dentro da coligação pode ser de alto risco, podendo levar à dissolução do gabinete, levando a novas eleições e a toda uma reestruturação de poder dentro do Knesset. O que desempenha um fator importante na política israelense é a ideologia, algo bastante efervescente ali.

Segundo informou a agência Maduah, espera-se que as eleições antecipadas aconteçam dia 01 de novembro. Quando perguntei sobre as chances de Benjamin Netanyahu retornar ao posto de Primeiro Ministro, respondeu: “sim, tem uma grande chance do Netanyahu voltar ao poder, pois, muitas pessoas não gostaram desse governo de esquerda que tivemos, acharam ele antipatriótico e antijudaico”, ponderou. Disse também que: “o Benjamin Netanyahu, na minha opinião, é o melhor para um processo de paz, pois, ele é um dos maiores e respeitados diplomatas e estadistas que temos hoje em dia no mundo inteiro”, afirmou Yosi Stanislavsky.

Segundo a agência, o ex-primeiro-ministro Naftali Bennett não pretende concorrer às próximas eleições e pensa em dar uma pausa na vida política, o que não seria ainda uma decisão final.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará o Oriente Médio entre 13 e 16 de julho. Irá a Israel, Cisjordânia e à Arábia Saudita. Na Cisjordânia, o presidente americano se encontrará com a Autoridade Palestina e reforçará apoio à solução de dois Estados na região. Isso reforça cada vez mais a ideia de que, sendo ele um democrata, sustentaria apoio a essa coalizão, que já foi dissolvida e abertura a negociações pró-Palestina. No entanto, o que se percebe é que Biden está atrasado na agenda, não tendo tempo de criar rápidos mecanismos de sustentação e apoio a Bennett e seus aliados.

São tempos de grandes mudanças e aquilo que parecia a derrocada de Netanyahu por uma coalizão mista com viés de esquerda, produziu um efeito de insegurança e instabilidade política em Israel. Isso só viabiliza seu retorno, como um político sagaz e estrategista que demonstrou ser. Só resta saber como reagirão os antissionistas, ou os defensores da “causa Palestina” e também a Autoridade Palestina. Esta, após um possível acordo de apoio do governo americano. A impressão é que mais conflitos armados e ataques palestinos contra civis e protestos podem eclodir após uma vitória de Netanyahu.

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