Os prejuízos anunciados de uma cidade que cresceu desordenadamente

Jairo Barbosa

Na década de 80, quando a capital do Acre começava a tomar “corpo de cidade”, e a implantação dos bairros se expandia para áreas além do entorno da região central, os gestores públicos ignoraram uma regra básica: permitir a construção de moradias em áreas de risco, próximas as margens do mananciais, entre o rio Acre.

Anos se passaram e Rio Branco se torno um aglomerado de casas construídas aleatoriamente, sem nenhuma fiscalização, sem planejamento urbano e em qualquer terreno. Não demorou muito para o erro vir á tona, e a enchente de 1997 mostrar, lá atrás, que ainda havia tempo para reparar o que estava errado.

Ninguém, nem na esfera municipal tampouco na estadual, deram ouvidos para os seguidos alertas que especialistas davam. Aliás, nem precisava ser especialista para saber que essa ocupação desordenada, sem planejamento urbano, custaria caro. E está custando. Prefeitura e Estado poderiam ter corrigido essa falha adquirindo áreas em regiões seguras da capital do Acre, com terrenos planos, longe de qualquer risco de inundação.

Atropelaram o plano diretor, puxaram o freio da fiscalização e pisaram no acelerador do crescimento urbano sem critérios. O que vemos hoje é uma cidade ilhada, vítima das cheias, que anualmente paga caro por ignorar os alertas disparados inúmeras vezes anos atrás.

Mas como todo problema, nunca é tarde para recuperar o tempo perdido. A saída mais rápida e viável, seria isolar essas áreas que inundam com frequência, adquirir terrenos em regiões habitáveis e transferir, com todo suporte da máquina públicas, as famílias para esses lugares, fazendo surgir novos bairros.