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RAIMUNDO FERREIRA

Artigo do professor Raimundo Ferreira desta segunda-feira, 23: “Sobrevoando o Caibalion”

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SOBREVOANDO O CAIBALION *
Para inicio de conversa a Caibalion começa citando o princípio de causa efeito, para explicar a dinâmica Universal dos acontecimentos nos diversos planos. Afirmando que todo efeito tem sua causa, pois, a lei principal afirma que tudo é mental, nada é por acaso, apenas existe o nomear daquilo cuja causa ainda não conhecemos. Se o principio do mentalismo nos explica que o universo é todo mental, ou seja, que todos os fenômenos da vida, incluindo a matéria e o espirito, são criações da mente de Deus. Sendo assim, podemos concluir que também fazemos parte dessa Criação, em cuja Mente vivemos, ou seja, nós movimentamos e construímos nossas vidas. Se nos pensarmos em criar uma simples ferramenta, uma faca, por exemplo, ela passará a existir quando confeccionada e apresentada pronta, antes disso ela já existi mas somente no plano mental e dessa forma tudo que se apresenta no mundo manifestado, passa pelo mesmo processo, são obras da criação mental. Para quem espontaneamente deseja procurar complicações, ou seja, quem busca dá um nó de porco nesse espaço entre as duas orelhas, popularmente conhecido por cabeça, adquira e leia o livro escrito por autor com o pseudônimo de Yogi Ramacharaka, intitulado Caibalion e que pode ser traduzido de forma livre como ‘preceito manifestado por um ente de cima’. Essa obra é baseada em sete leis que englobam todo e qualquer pensamento e/ou ideia que se apresenta no mundo manifestado no plano marginado ou imaginário. É baseada nos princípios egípcios conhecidos como Leis Herméticas, trata-se de um livro isotérico, no entanto, nestas noções superficiais sobre a obra, vamos rodear o esoterismo e apenas comentar algumas afirmações que elegemos como sendo talvez de interesse de algumas pessoas que sinta-se atraídas por esse tipo de leitura. Uma das questões levantadas no contexto geral, por exemplo, diz respeito a desmistificação à afirmativa consolidada por inúmeros pensadores anteriores, que defendem a ideia do infinito, do princípio meio e fim, bem como dos ensinamentos e crenças, que de certo modo vão inclusive por em dúvida a própria fé e ordem natural até então vigente, especialmente no contexto do catolicismo. Na verdade, a ideia não se trata de inovação inédita, apenas reafirma a visão já consolidada, consagrada e conhecida. Platão já assegurava que existe um comando único da natureza, que ele denominou de UNO, de essência, ou de espírito, de onde tudo emana e converge ao mesmo ponto, conforme está previsto na quinta lei da Caibalion, principio da polaridade, onde assegura que todos os fenômenos e acontecimentos em todos os planos, começam e terminam em torno dessa unidade, ou seja, tudo gravita em torno desse núcleo e tudo tem inicio e fim dessa forma aparentemente simples, em síntese, existe uma força suprema transparente e pura agindo sobre tudo e sobre todos, e que tem por princípio o desenvolvimento e o fim em si mesmo e somente essa divindade é que comando e administra o universo em toda sua grandeza e complicação, ou seja, essa força suprema é soberana, não julga, não condena, não impõe pena, não castiga ninguém por pecado cometido e em momento algum fala de vida eterna, sua função é puramente mental, enviando seres para cumprir papeis no planeta terra por algum tempo, depois os recolhe e apenas essa movimentação de vontade mental por força divina seria o que acontece. Conforme as explicações cabalísticas, os seres humanos são encaminhados para essa parte do universo, a terra, como sendo sementes para cumprir a missão de germinar, crescer, reproduzir, cumprir as tarefas que lhes forem demandadas e depois são recolhidos, em seguida enviados novamente para cumprir outra vez a mesma missão, e tudo começa e termina nesse ciclo, da mesma forma os outros seres vivos também vem para cumprir suas tarefas na terra e depois são recolhidos. Diante destas circunstâncias, a morte é apenas o encerramento de um ciclo ou cumprimento de missão e certamente o reinício de uma nova etapa. A lenda do quebrador de pedras nos ajuda a entender melhor essa situação, relata a lenda que determinado dia ao assistir a passagem de um príncipe ele ficou revoltado achando que aquilo é que era vida, e ao mesmo instante transformou-se num príncipe, depois de alguns dias assistindo a passagem de um rei desejou ser um rei, em vez de príncipe, e rapidamente transformou-se em rei, alguns dias depois olhando para o sol desejou ser o sol, rapidamente transformou-se no sol e começou a brincar atirando raios de calor para todos os lados, de repente veio uma nuvem densa e começou a bloquear seus raios, ele ficou furioso e desejou ser a nuvem, assim aconteceu e ele passou a navegar naquela tranquilidade, quando menos esperava a nuvem bateu na montanha e começou a se desintegrar, revoltou-se novamente e quis ser a montanha, quando transformou-se em montanha, achou que estava seguro e com poder, de repente começou a ouvir umas pancadas lá no pé da montanha, curvou-se pra observar, era ele mesmo que tinha voltado a quebrar pedras. De acordo com a teoria da Caibalion, a verdadeira transmutação hermética é a arte mental, o todo é mente o universo é mental, ou seja, todo drama acontece só na sua mente, se você consegue mudar a mente estará dando uma grande contribuição para mudar o mundo, pois, tudo é construído primeiro na mente, depois sai das sombras e se projeta para o teatro da vida, se é que essa afirmativa é verdadeira, sem duvida poderemos nos livrar de uma serie de tabus, recalques etc. e contribuir positivamente para, se não resolver, ao menos amenizar muitos problemas existentes no mundo. Uma das leis da Caibalion afirma que no mundo onde tudo é dinâmico, ou você avança ou é arrastado para algum lugar. Sobre a grandiosidade do universo, a visão da Caibalion nos passa o entendimento de que essa força divina que mentaliza o universo infinito, não terá como exercer comando sobre um fragmento tão incipiente entre os planetas, a terra e seus habitantes, pulsam no ritmo do universo, assim como os outros planetas, no entanto, sem merecer o status que julgamos possuir. Na verdade, seria muita pretensão de nossa parte como seres terráqueos, reivindicar a hegemonia da terra como centro do universo, pois, apesar de sabermos até então que certamente não existi outro planeta com formas de vida, mas em se tratando de representação na imensidão do universo, somos apenas um fragmento quase imperceptível meio a galáxia.

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